© Ricardo Perna

Acampamentos Nacionais

O Acanac é o acampamento nacional do Corpo Nacional de Escutas que acontece, em regra, de quatro em quatro anos. O primeiro Acanac aconteceu em 1926 em Aljubarrota, Leiria, e durou 9 dias. Desde 1926 já se realizaram 22 acampamentos nacionais. Os dois últimos acampamentos nacionais foram realizados no Campo Nacional de Atividades Escutistas de Idanha-a-Nova (CNAE) e o 23º Acanac irá também ter lugar no CNAE.






9 a 18 de Agosto de 1926
Aljubarrota - Leiria

Antes
Havia um clima de muita ansiedade, por causa da ambição de fazer um evento tão grande como o primeiro acampamento nacional.
O local escolhido foi Aljubarrota, devido a significado histórico e patriótico do local, foi lá que Beato Nuno (patrono do C.N.S,) alcançou o seu maior feito na batalha contra os castelhanos.
Antes do inicio do I ACANAC, foi criada uma estátua da figura de Beato Nuno, paga por donativos dos grupos de scouts por todo o país. Esta estátua tinha como destino uma capelinha que foi construída no local da batalha. Então que melhor homenagem podia ser feita ao Condestável ?

Durante
A imprensa sentiu-se muito neste acampamento, houve cobertura total, repórteres de toda a imprensa nacional estiveram presentes, dormiam nas tendas, alimentavam-se com os scouts, facto muito importante para publicitar o movimento em todo o país.
O acampamento teve inicio no dia 9, com a chegada de toda a comitiva a Leiria às 6h e, 2 horas mais tarde houve uma celebração eucarística na Sé de Leiria.
Vida em campo, jogos, canções e visitas a Alcobaça (aqui os scouts tiveram uma merenda mesmo na sala dos reis), Porto de Mós e ao castelo de Leiria, preencheram os dias 10, 11 e 12.
No dia 13, os Scouts foram a Fátima em homenagem à Virgem Maria.
No dia 14 de Agosto, dia da Batalha da Aljubarrota foi criada uma enorme festa, na Batalha, para celebração deste dia glorioso para Portugal.
Depois desta festa, o Rev. Snr. Arcebispo Primaz no Mosteiro da Batalha benzeu a estátua de Beato Nuno, que foi criada para esta ocasião e em seguida foi transportada pelos scouts da Batalha até à capelinha em Aljubarrota, debaixo de um intenso calor.
Quando os scouts chegaram à capelinha de S. Jorge, edificada mesmo no local da Batalha, colocaram a imagem de Beato Nuno no altar-mor e foi também colocado na parede, ao lado da epistola , uma lápide com a seguinte texto.
"O Corpo Nacional de Scouts realizando o seu primeiro acampamento nacional em Aljubarrota em agosto de 1926 inaugurou nesta capela o culto do Santo Condestável, oferecendo a imagem que desde então aqui é venerada."
Depois deste momento, foi celebrada a eucaristia, onde os scouts alimentavam a sua fé e orgulhavam-se de pertencer a esta associação de fraternidade.
Nesta momento, já era altura de haver uma festa em campo, entre todos os scouts participantes, foi o que aconteceu no dia 15, festa animada por uma banda de scouts.
Os dois dias seguintes foram outra vez de carisma turístico, dia 16 os scouts regressaram a Alcobaça e no dia seguinte foram a Maceira e Marinha Grande. Nessa noite decorreu o primeiro Fogo de Conselho Nacional, momento muito sentido pelas memórias e experiências vividas dos participantes neste acampamento.
Finalmente, dia 18 de Agosto de 1926, o dia de despedida e regresso a casa. Os scouts levavam um sentimento de alegria e com o pensamento que os 9 dias que passaram foi proveitoso para o crescimento moral e técnico, através dos momentos de alegria partilhados com irmãos scouts.

Depois
"Perduraram ainda na nossa alma as suaves recordações do I Acampamento Nacional do C.N.S. Tantas e tão queridas são elas, que temos dificuldade em dizer tudo o que sentimos. Todos os elogios são poucos para encarecer a competência e a dedicação dos Dirigentes. Uma organização que tem chefes como os do C.N.S. está necessariamente destinada a um grande futuro."

27 de Agosto a 6 de Setembro de 1928
Cacia - Aveiro

Antes
“...Queremos lá ver muita gente e gente bem preparada. Começai desde já a sua preparação, adquirindo o material indispensável e acampando todos os Domingos. É um sítio magnifico pelos seus encantos naturais e pela facilidade de comunicações. Permite visitas a Aveiro, à Ria, à Costa Nova, a Ílhavo, à Base Naval de S. Jacinto, ao Buçaco, a Coimbra, etc."

Durante
“Muito se andou já desde o I Acampamento Nacional.”
Dois dias antes foi construída uma ponte para facilitar o acesso ao campo – a «Ponte Dr. Avelino», graças ao trabalho dos Chefes João Parente, Alfredo Santos e Luís Filipe e o escuteiro José Lisboa.
No dia 26 de tarde, começaram a chegar as delegações de Coimbra, Covilhã, Lisboa, Madeira e Aveiro, prontos para iniciarem mais uma grande aventura nacional. No dia seguinte, já estavam no campo todas as delegações que tinham-se inscritos para este acampamento.
O Acampamento parecia uma cidade de lona, onde reinava a ordem e a disciplina, onde apareciam, como por encanto construções muito artísticas: cozinhas, salas de jantar, mastros para as bandeiras, cabides, arrecadações de géneros, e outras coisas que demonstravam ser fruto de um espantoso gosto e dedicação dos seus criadores.
Todos os dias era celebrado uma missa com a assistência de Dr. Joaquim Francisco da Silva, na capelinha dedicada a S. António. Este sacerdote deu tudo para satisfazer a vida esperançosa dos scouts, no cumprimento dos seus deveres e da lei do Escuta.
Todas as noites eram realizadas fogueiras de campo, onde a população do campo cantava e falava do dia-a-dia de campo e para assistir a interessantes palestras sobre variados temas.
No dia 2 de Setembro, dia de festa no acampamento, depois do habitual hastear da bandeira, foi realizada uma missa campal, assistida não só pela população do campo mas também pela população local.
À tarde, foram realizadas umas promessas de dois scouts; concursos de sinalagem; jogos ; canções e uma apresentação de diversos trabalhos manuais dos lobitos de Coimbra. Depois disto, milhares de pessoas foram visitar a grande cidade de lona que era o campo.
Ao chegar a Aveiro no dia 3, os Scouts foram recebidos pelo povo em delírio. Na Câmara foram dadas umas palavras de apreço por parte das autoridades ao C.N.S por terem escolhido Cacia para ser o local do II Nacional, e também pela associação ser uma referência na educação dos jovens.
Em seguida, formaram-se vários grupos de escuteiros para visitar locais históricos e monumentos da cidade, regressando a campo por volta das 5 horas da tarde.
Dia 4 tiveram um contratempo no regresso a campo, mas resolveu-se tudo na melhor maneira.
Na noite do dia 5, o acampamento terminou com o habitual e marcante fogo de conselho em partilha dos momentos passados por cada um dos Scouts. Do lobito até ao dirigente, partiram para casa com o coração e memória marcada pelo II Acampamento Nacional.

Depois
"O Escutismo, mais uma vez o constatamos, é verdadeiramente a escola ideal dos tempos modernos, o método mais perfeito e mais simples da educação da vontade e formação da inteligência."
"Cada dia era uma região diferente a acender o Fogo de Conselho.
Certa note, sem que desse por isso, ninguém estava incumbido de tal tarefa, mas o Scout sabe bem resolver as dificuldades... Será hoje a fogueira dos Chefes.
Um Comissário junta os Chefes, distribui canhotos e os Chefes marcham formados ao seu comando.
Com vozes improvisadas ao efeito «Ombro, achas!», «Pousar, achas!», «ascender, lume!».
Foi uma bela lição de táctica aplicada, a dos senhores Chefes-fogueiros! Foi rir a bom rir..."

18 a 28 de Agosto de 1930
Granja - Porto

Antes
O Acampamento será o que forem os Scouts que nele tomarem parte. Não deve haver sequer um Grupo que falte, se não vierem todos os rapazes, que tragam ao menos alguns. Devem arranjar dinheiro para poder comprar o material que necessitam e afinar as cordas dos que vão, uma vez lá, brio, trabalho e alegria, observação, iniciativa, ordem... e no regresso, satisfação pelo dever cumprido.
O local escolhido surgiu depois de muitas sugestões, muitos locais foram visitados, mas o escolhido foi Quinta Forbes, contudo para se poder formalizar a escolha passou-se por muito...Desde criar um bom senso e bom entendimento com os 20 proprietários da Quinta Forbes, depois era também necessário limpar a Quinta para se poder montar as tendas e muitas outras peripécias, mas a pior de todas foi , a duas semanas do acampamento a quinta tinha sido vendida. Muitas perguntas surgiram como "Será que o novo proprietário deixa realizar o ACANAC na sua propriedade?","Será que o ACANAC não vai ser realizado?", realmente foi uma época muito amarga.

Durante 
Este acampamento viveu-se muito em campo, graças ao enorme espaço que ocupava, muitas festas se fizeram em campo, a maior delas foi no dia 24, o Rev. Primaz e D. José de Lencastre visitaram o campo, facto que honrava muito os scouts participantes. Em seguida o Reverendo Arcebispo celebrou uma missa campal onde proferiu umas palavras de apreço aos scouts presentes.
Findada a missa, D. José de Lencastre e o Reverendo Primaz passaram revista a todos os campos das regiões, ficando muito gostosos por aquilo que viram, elogiaram bastante o trabalho empenhado.
De tarde, foi a vez das autoridades governamentais visitarem o campo, como recepção, os scouts estavam formados em guarda de honra, satisfazendo e impressionando bastante os visitantes. Depois de terminar a conversa entre os visitantes e os dirigentes, as autoridades foram visitar o campo de jogos, onde, mais uma vez os scouts estavam rigorosamente formados, foi nesta altura que o Sr. Ministro passou revista e terminou com um entusiástico discurso que orgulhou muito o scout ouvinte.
As palavras do Sr. Ministro foram prontamente agradecidas pelo Dr. Avelino Gonçalves.
O dia terminou com uma festa em campo e com a visita a campo. Os visitantes retiraram-se com um sentimento de muito apreço ao que lhe foi mostrado pelo C.N.S..
Houve  uma outra festa de grande importância. No dia 26. as senhoras de grande elegância que costumam visitar a Quinta Forbes, resolveram prestar uma saudação organizando uma animada festa do Chá, recheado de requinte e boa elegância misturada com boa disposição, digno de um bom scout. Esta festa foi um sucesso, até pelo números de visitantes o que rendeu uma receita da 1050 escudos, o que ajudou imenso a combater o elevado custo que este acampamento teve.
A última noite do III ACANAC, como é habito, é celebrado o Fogo de Conselho com a presença de todos as personalidades que visitaram anteriormente o campo, as senhoras organizadoras da Festa do Chá e as autoridades governamentais.
Regresso a casa, pode dizer-se com toda a certeza que os scouts levaram para a sua terra natal um coração cheio de alegria e uma união ao próximo muito mais forte.

Depois
"...Foi o mais importante de todos, não só pelo número de acampados, mas principalmente pela retumbância que teve no País, uma vez que toda a imprensa deu foros de verdadeiro acontecimento nacional. Foram cinco mil pessoas que visitaram o Acampamento, que nada ficam a dever ao que de melhor se tem visto de campismo lá fora. Também os Scouts Espanhóis estiveram bem representados pelo seu grupo de Vigo.
O C.N.S. abriu mais um grande sulco através do terreno onde pretende lançar a sua semente salvadora."
"Na nossa sede reina a boa ordem. Os Lobitos vão-se criando e o nosso Chefe foi a Granja - e não se deu por lá mal, até veio mais gordo! O pior foi ter-se deixado dormir e em vez de vir dar ao Fundão ter ido parar a Lisboa. Coitado!"

8 a 18 de Agosto de 1932 
Parque da Ponte - Braga

Antes
"Gloriosa é já a tradição dos nossos Acampamentos Nacionais, e que eles têm marcado, de dois em dois anos, duma forma bem evidente, os progressos do C.N.S. Braga vai ter em breve os alegres Scouts de todas as Regiões de Portugal. É o berço do C.N.S. e por isso merece-o.
O campo tem um enorme lago onde se pode navegar e um magnifico campo de futebol mas que vai servir para tudo menos os ditos jogos. Terão ainda carros eléctricos à porta, no entanto, as saídas individuais de Scouts só serão permitidas mediante a apresentação de um salvo-conduto assinado pelo Chefe de Campo. As despesas de alimentação estão calculadas em 5 escudos diários, por pessoa.
Quem não vem ao Acampamento Nacional não é Scout, é um rosto pálido."

Durante
Este ACANAC, começou um dia mais cedo, para as delegações mais numerosas, como o caso de Lisboa, Porto, Coimbra e Braga, o que facilitou bastante os trabalhos, pois assim logo no primeiro dia do acampamento, as montagens de campo estavam quase concluídas.
Na chegada a campo do resto das delegações sentia-se um espírito de sacrifício nos jovens por terem deixado as suas terras mas também notava-se um entusiasmo pelos próximos dias que iam viver. Estes jovens começaram a trabalhar, montando campo sob condições difíceis pois não havia muita sombra e o sol queimava. 
As regiões participantes foram avaliadas, através de vários itens como por exemplo o espírito de esforço, em que ficou em 1º Lugar a região de Lisboa com 20 valores, depois seguiram-se as Regiões do Porto e Madera com 17 valores. 
Mais uma vez a imprensa nacional fez uma óptima cobertura publicando artigos sobre o IV ACANAC em tudo o que era jornal, relatando sempre a boa disposição e o trabalho das montagens, divulgando assim o valor do C.N.S. e mostrando com entusiasmo por todo o país.
Uma novidade encontrada neste acampamento, fruto de esforço e iniciativa dos seniores de Lisboa, que resultou numa publicação de um jornal diário no acampamento. O jornal, titulado como "o IV" demonstrava um bom aspecto gráfico e uma redacção de nível elevado, cheio de artigos divertidos, instrutivos e informativos. Era vendido não só em campo, mas também nas ruas da cidade de Braga, aqui, esta iniciativa foi muito bem recebida sendo um verdadeiro sucesso.
Os objectivos deste jornal era divulgar todos os acontecimentos em campo para o exterior, mostrar e partilhar acontecimentos e vivências aos scouts que não puderam participar e publicitar o C.N.S. mostrando os acontecimentos do IV ACANAC. E podemos dizer que conseguiram.
Depois de muitos dias de trabalho e diversão , scouts voltaram para casa com a alma cheia de companheirismo demonstrado neste acampamento.

Depois
“Nunca na minha vida assisti a espectáculo tão altamente significativo como o da IV. Como foi belo a vida de um Acampamento tão ordenado. Os melhores momentos passaram-se em torno do Fogo de Conselho, onde o publico ocorreu numeroso. Depois das visitas, todos foram unanimes...Como é belo o nosso Minho!
Agora ficam as recordações as botas daquele miúdo do 65 de Braga, puro modelo Charlot, a garrafeira do Porto (refiro a que trouxeram nas malas), que bem que ele escorregava..., e ainda o «pifo» daquele Chefe, apanhado a fumar o Cachimbo da Paz (elas não se apanham só com álcool!)
Os Scouts da Madeira regressaram a sua ilha no «Niassa», sendo bastante saudados à chegada.
Creio ter-se dobrado mais uma pagina de ouro da história do C.N.S.
"Aquele Pardal de um jornal de Lisboa, que nos deixamos entrar no Acampamento de graça e tratámos com todas as diferenças, para afinal andar por lá, de má fé , a procura de um pretexto para nos atacar, e como não encontrou nenhum tratou de inventar?!
Ele sempre aparece cada número!...
E não nos lembrámos nós que cada Scout tinha levado consigo uma boa vara.
Perdemos a melhor oportunidade de as utilizar."

Depois
“Nunca na minha vida assisti a espectáculo tão altamente significativo como o da IV. Como foi belo a vida de um Acampamento tão ordenado. Os melhores momentos passaram-se em torno do Fogo de Conselho, onde o publico ocorreu numeroso. Depois das visitas, todos foram unanimes...Como é belo o nosso Minho!
Agora ficam as recordações as botas daquele miúdo do 65 de Braga, puro modelo Charlot, a garrafeira do Porto (refiro a que trouxeram nas malas), que bem que ele escorregava..., e ainda o «pifo» daquele Chefe, apanhado a fumar o Cachimbo da Paz (elas não se apanham só com álcool!)
Os Scouts da Madeira regressaram a sua ilha no «Niassa», sendo bastante saudados à chegada.
Creio ter-se dobrado mais uma pagina de ouro da história do C.N.S.
"Aquele Pardal de um jornal de Lisboa, que nos deixamos entrar no Acampamento de graça e tratámos com todas as diferenças, para afinal andar por lá, de má fé , a procura de um pretexto para nos atacar, e como não encontrou nenhum tratou de inventar?!
Ele sempre aparece cada número!...
E não nos lembrámos nós que cada Scout tinha levado consigo uma boa vara.
Perdemos a melhor oportunidade de as utilizar."

20 a 29 de Agosto de 1934
Benfica - Lisboa

Antes
"Na história gloriosa do C.N.S. destacam-se entre os seus feitos mais marcantes, como marcos milenários, os seus Acampamentos Nacionais.
A primeira coisa de que os Grupos e demais Unidades devem tratar é do fardamento dos seus rapazes.
O campo tem água excelente, piscinas de natação e é totalmente fechado, ainda que continuamente servido por comboios e eléctricos.
As despesas de alimentação estão calculadas em 5 escudos diários por pessoa. 
à semelhança do que se fez no "IV", em Braga, será publicado um jornal de campo.
O local escolhido foi a Quinta do Magistério Primário e para uma boa organização, foram criadas as seguintes comissões, central, campo, abastecimentos, propaganda e imprensa, recepção e alojamentos, excursões e transportes. É em Lisboa que queremos mostrar a vitalidade pujante da nossa associação."

Durante
O V Acampamento Nacional deste movimento, agora com novo nome - Corpo Nacional de Escutas - foi inaugurado no dia 20, às 18h. Foi uma cerimónia cheia de rigor e primor nas formaturas, cheios de palavras de apreço vindas das mais importantes figuras do C.N.E. como também das autoridades governamentais.
Conta-se que os primeiros dias de campo, destinavam-se somente à vida em campo, construção da chamada "cidade de lona", trabalho árduo sempre habitual em todos os acampamentos.
O jornal de campo ou "o V" começou a ser um êxito logo no primeiro dia o que sugeria uma boa continuação de sucesso.
No dia 24, o contingente saiu de campo para efectuar um desfile em parada pelas ruas de Lisboa. Os escuteiros estavam aprumados para formarem uma brilhante apresentação a toda a população de Lisboa. 
D. José de Lencastre verificou todos os membros dos contingentes das Regiões, para certificar que estava tudo preparado para a parada.
Os escutas deslocaram-se até à Rotunda, conduzidos em eléctricos. O desfile teve início na Praça Marquês de Pombal, percorreu a Avenida da Liberdade, passou pelo Restauradores, Rossio, Rua do Ouro e Terreiro do Paço. Ao longo da parada, os Escutas foram sempre entusiasticamente aplaudidos pela população. No Terreiro do Paço, enquanto os Escutas eram observados, com admiração pelos representantes do Governo, um avião sobrevoava o local mandando panfletos de propaganda ao C.N.E..
Os escutas também participaram em muitos passeios pelas ruas de Lisboa, uma delas foi um passeio fluvial pelo Rio Tejo no dia 28, e o círculo turístico de Lisboa-Estoril-Cascais-, Sintra-Queluz-Amadora-Lisboa, no dia 29.
Nesta noite foi oficialmente encerrado o V ACANAC com o Fogo de Conselho, aceso pelo Dr. Antonino Pestana e pelo Dr. Martins Gonçalves, inspector-mór do C.N.E. que depois proferiu um entusiasmado discurso, motivando os jovens presentes a praticar na sua vida, todos os ensinamentos aprendidos neste Acampamento.

Depois
"Ainda não cessaram os ecos do V Acampamento Nacional.
Temos recebido inúmeras cartas onde fazem as mais lisonjeiras referências ao acampamento e ao Escutismo Católico. «E a melhor escola que hoje existe em Portugal para dar aos rapazes uma sólida e bem orientada formação moral.»
Em nenhum outro Acampamento se tiraram tantas fotografias, o que possibilitou a organização de um álbum.
"- Olh'ó Jornal do «V»! Saiu agora mesmo da máquina! Notícias frescas!
- Olha lá ó ardina, esse jornaleco que tu vendes é dos esquerdas ou dos direitas?
- O Sr. Doutor, eu só ando para a frente!..."


20 a 30 de Agosto de 1938
Venâncio – Leiria

Antes
"É preciso que o VI seja um passo em frente, dado com energia, e já, na vida do C.N.E.
Fazendo o Grupo as despesas, terá o direito de escolher o melhor Escuta e, assim, em vez dum Acampamento de meninos ricos, o VI será um acampamento dos melhores Escutas do C.N.E. O local fica a 2 km de Leiria, é central e tem muitas vantagens. O Lís fica a apenas 1 km, e não se esqueçam de que é necessária uma inspecção médica antes do acampamento.
Ninguém poderá fazer a sua ginástica de estômago vazio, pelo que será praticada a seguir ao pequeno-almoço e não esquecer que não devem andar de cabeça descoberta por causa das insolações. Podem e devem repousar estendidos numa manta ao ar-livre, mas nunca nas tendas.
Vamos ter selos comemorativos, telefone em campo, jornal diário, D.M.F. e bastantes excursões."

Durante
Conta-se, por registos  escritos de que o local de campo era excelente e que todas as infra-estruturas eram as desejáveis, o que proporcionou um bem-estar muito satisfatório.
O primeiro dia não feito muita coisa, visto que a óptima organização de campo, fez com que cada delegação que chegasse se limitasse somente, em montar a tenda, comer e dormir. No dia seguinte. foi a cerimónia de abertura, algo de muito próximo do perfeito, como tem o nos ACANAC's anteriores.
Durante essa tarde, continuaram a chegar delegações, como a Região de Lisboa, cujo número de pessoas excedeu as expectativas da Junta Central. Chegou também o contigente de Coimbra e outros contigentes de pequeno número de membros. Quando a Bandeira Nacional foi hasteada, ao início da tarde já estava todo o contigente do VI presente. Depois desta cerimónia atentamente assistida pelas altas individualidades governamentais e do clero nacional, estes efectuaram a habitual visita ao campo, ficando seriamente fascinados com o que viram.
O jornal de campo foi, mais uma vez, um sucesso, há relatos que até nos cafés em Leirias, os populares desfolhavam com interesse "O VI".
Foram feitas visitas e passeios, por exemplo ao Castelo de Leiria, ida às Berlengas, à fabrica de Macieira do Liz e a da Marinha Grande. Os Escutas foram também a Aljubarrota, relembrar os antepassados do primeiro ACANAC, visitando a Capelinha de S. Jorge, onde ainda permanece a estatueta do Beato Nuno.
No último Fogo de Conselho, o grito "Até ao VII" dado por D. José de Lencastre foi muito sentido pelos escuteiros presentes, o que fez com que os escuteiros pegassem o seu Comissário com orgulho e o carregassem aos braços, premiando-o pelo enorme esforço que o primeiro Chefe Nacional teve em manter a chama do C.N.E. viva.

Depois
"Fiéis à nossa divisa «Sempre Alerta», não abandonemos o nosso posto por mais sacrifícios que nos exija. É costume, depois da colheita, proceder-se à separação dos frutos. é necessário, porém, como sempre, guardar os bons frutos e inutilizar os maus.
Entre os milhares de pessoas, de todas as classes sociais, que visitaram o campo, admiraram e aplaudiram os trabalhos dos rapazes, destacamos as autoridades Eclesiásticas, Civis e Militares..."
"O chefe Santa Maria, a dirigir as caravanas organizadas no VI, pediu ao Assistente de Campo que lhe benzesse o saco do dinheiro, a ver se, no fim, havia saldo...."


9 a 18 de Agosto de 1946 
Quinta dos Cardais – Tomar

Antes
"Para o próximo Acampamento Nacional, calculem que há um maduro que vai propor, nada mais nada menos, que... uma exposição de carecas! O fotógrafo de campo será o "olho de lince" e estará atento ao evento acima referido, dado irem fundar o Sindicato Nacional dos Carecas.
Diariamente, o Quartel General publicará Ordens de Serviço, que serão lidas no início dos Fogos de Conselho.
Ninguém poderá vender seja o que for aos acampados ou ao público, sem autorização do Q.G.
O uso das calças é apenas permitido aos sacerdotes.
Alarguemos, pois, o passo em direcção ao vale do Nabão. É preciso que vão ao VII muitos Escutas, pois nessas coisas há sempre dorminhocos e atrasados..."

Durante
No dia 9, os Escutas sentiram-se bem recepcionados pela banda que os aguardavam na estação ferroviária de Tomar, havia também camiões militares para transportar o material dos contigentes até campo. O campo ficava a 3 kms de Tomar, contudo foi uma caminhada instrutiva pois os Escutas estavam acompanhados por Guias turísticos que contavam as tradições da terra e a história de Tomar. Logo na primeira noite o acampamento foi "baptizado" com uma leve chuva.
Na manhã seguinte, os Escutas ficaram surpreendidos com os vestígios da chuva nocturna, mas continuaram a sua vida de campo, agora com a ida ao Rio, interrompida mais uma vez pela chuva. Quando a chuva cessou, os Escutas começaram as suas construções de forma que estivesse tudo pronto antes da cerimónia de abertura.
Na manhã seguinte, o tempo apresentava-se mais alegre, não se adivinhava chuva. A manhã resumiu-se a uma cerimónia religiosa seguida por umas promessas, sempre animadas pela fé dos presentes. Às 16h, iniciou-se a abertura oficial de campo, presidida por Dr. José Francisco dos Santos, chefe adjunto de campo, que substituiu neste momento D. José de Lencastre.
Dia 13 foi dedicado aos agradecimentos do C.N.E. às autoridades e entidades que apoiaram a realização do VII, e como de costume, o agradecimento é feito por um majestoso desfile, que se iniciou na Praça de Gualdim Pais e terminou no quartel da Infantaria 15, sempre acompanhado pela população. Em seguida a parada dispersou-se para visitar a cidade.
O dia mais religioso , foi sem duvida, o dia 15, dia da peregrinação de toda a população do VII a Fátima. Fé e dedicação é o que todos os Escutas sentiam nesse dia. Houve uma missa solene que é terminada com o transporte do andor da Virgem Maria. até à capela das Aparições.
Os dois dias seguintes foram momentos de recordar a história portuguesa, com a visita ao Convento de Cristo e ao Castelo dos Templários, no dia 16, e no dia seguinte com a realização de uma peça de teatro denominada "Evocação Histórica", onde se representou os mais importantes eventos da nossa história.
Finalmente o dia 18, registado como um dia inesquecível, marcado por uma animação extraordinária, facto que facilitou o sucesso dos eventos que encerravam a VII. O dia começou com a missa campal, esta celebração teve uma assistência bastante grande pois ,além dos Escutas, contava-se com a presença de inúmeras visitas. Depois segui-se a festa de campo, evento que excedeu largamente as expectativas, pois todas as regiões deram o seu melhor e mais algum, na animação da festa, que foi alegremente assistida pelas autoridades locais. O dia terminou com o habitual último Fogo de Conselho de campo. Nesta altura, já havia saudades nos corações dos Escutas, contudo a boa disposição reinou sempre em campo, depois de jogos e canções, D. José de Lencastre proferiu as habituais motivadoras para quem tem a felicidade de as ouvir, Foram palavras de agradecimento pelo esforço e presença dos presentes  e um "até à próxima" incentivando, no espirito dos Escutas, a vontade de estar presente no VIII.

Depois
"O Acampamento Nacional é já uma saudade, mas os seus benefícios são para perdurar - a sua lição é actual. O «VII» há-de ser sempre uma das recordações mais queridas de quantos tiveram a ventura de o viver. Foi este o primeiro Nacional depois do termo da Guerra. O C.N.E. foi a Fátima - cumprindo os votos solenes feitos em Covilhã.
O programa do «VII» foi tão absorvente que obrigou-se a pôr de parte a ideia de reunir em conselho os Dirigentes superiores do nosso C.N.E.
O regresso foi uma vagem enevoada de tristeza, impregnada de evocações saudosas. Até ao VIII Nacional, Irmãos..."
"- Ó Chefe! Eu posso banhar-me? Perguntava um Lobito de Braga, dirigindo-se ao seu Chefe.
- Não, porque podes afogar-te!
- Ó Chefe, eu tenho cuidado.
- Já te disse que não!
- O Chefe, deixe lá!...
- Pois, então, banha-te, mas se afogas, mato-te!"


13  a 23 de Agosto de 1948
Bom Jesus do Monte – Braga

Antes
"O VIII Nacional tem que ser o triunfo do espírito e do método Escutista, pois que é comemorativo dos 25 anos do C.N.E.
Em campo, exige-se o uniforma regulamentar a rigor para a assistência à missa, saudação às bandeiras, paradas, desfiles e festas oficiais. No restante tempo, permite-se o uso do barrete de bivaque e alpercatas. Os serviços de imprensa e o jornal de campo ficarão a cargo da Flor de Lis.
O Sub-Campo dos Lobitos terá um programa-horário próprio, de harmonia com o seu regulamento especial."

Durante
Este ACANAC marcou uma data importante do C.N.E. pois era o ano das bodas de prata da associação, o que aumentava consideravelmente a importância deste evento. Na chegada de qualquer Acampamento Nacional regista-se sempre o mesmo ambiente, - entusiasmo e curiosidade pelos dias que se seguem -. Ao longo do dia 13, iam chegando as várias delegações, umas com mais horas de viagens que outras mas sempre com o mesmo espírito animado. O local ia enchendo de Escutas, local esse considerando demasiado bom para acolher o VIII, devido ao sua extraordinária verdura e pela sua paisagem. 
C.N.E. utilizou sempre os Acampamentos Nacionais para homenagear a Batalha de Aljubarrota e prestar culto a Beato Nuno, e o VIII não foi excepção, por isso, no dia 14 fez-se uma Velada de Armas. Pela noite, as centenas de Escuteiros desfilaram em direcção ao Real Templo do Bom Jesus, uma bela igreja que inspirou o sentimento patriótico de cada um dos assistentes. O dia seguinte seguinte foi cheio de solenidade, de manhã foi uma marcante Missa, em domingo da Assunção; e à tarde os Escutas desfilaram até ao Largo das Três Capelas. Aí, formaram-se em quadrado, e no centro a bandeira Nacional e do C.N.E. eram hasteadas, iniciando assim a cerimónia de abertura do VIII.
No dia 17, a "cidade de lona" ficou deserta. Os moradores saíram para uma visita a Braga, era altura de prestar homenagem às autoridades locais da cidade de Braga.
Os Escutas pararam no Largo Nossa Senhora a Branca para prepararem-se para iniciar o cortejo, Depois da rigorosa revista de D. José de Lencastre, o desfile começou imponente, passando pela Avenida em direcção ao Governo Civil.. Lá, os dirigentes foram recebidos no salão nobre pelo Dr. António Vilas Boas e Alvim, governador civil adjunto. Depois os Escutas desfilaram até à Câmara Municipal, onde, foram igualmente bem recebidos pelo Presidente da Câmara e os seus vereadores. A marcha continuou agora até ao Quartel da Infantaria 3.
Depois de cumprimentar todas estas autoridades, era altura de homenagear o fundador do C.N.E., Rev. D. Manuel Vieira de Matos, agradecendo a sua dedicação para formar o Movimento. Então o cortejo terminou no Cemitério de Braga, junto à sepultura do Fundador.
Um importante registo a referir é a participação, pela primeira vez de um grupo estrangeiro, um antigo escuteiro espanhol, 9 "scouts de France" e três "Unionistes" de França, e que deixaram no final do Acampamento umas impressões muito positivas do VIII. Há testemunhos destes escuteiros no jornal de campo "O VIII"  foi um enorme sucesso, rigoroso e, demonstrou ser, mais uma vez,  um instrumento muito útil para quem quisesse recordar todos os momentos deste ACANAC.
Dia do Encerramento (23 de Agosto), como em todos os outros ACANAC's é habitual haver uma sentida celebração eucarística, agora com a preciosa ajuda dos Scouts de France que tiveram a bem conseguida função de coro. A missa foi dirigida pelo Rev. Arcebispo. Primaz. À tarde, teve lugar a festa de campo que celebrou também os 25 anos do C.N.E., grande festa esta, sentia-se um orgulho pela associação o que lhe dava uma enorme vitalidade. Estavam presentes muitas  individualidades do C.N.E., como também da A.E.P. que quiseram desejar os parabéns à sua congénere. 
E assim terminou mais um conseguido Acampamento, depois de 25 anos a educar jovens, sentindo uma enorme força para o futuro.

Depois
"Importa lembrar que a base de todo o trabalho construtivo dentro do C.N.E. é o Espirito e a Lei.
As noites de campo seriam mais se muitos os Escutas e Dirigentes, sobretudo os do núcleo de Guimarães, se tivessem de retirar em cada segunda feira para trabalhar nas fabricas. Neste rescaldo ainda vivo das recordações que nos ficaram do «VIII» é nos grato registar com louvou a atitude da imprensa nacional, que esteve connosco nestas horas de jubilo.
Realmente, o método único de Baden-Powell tem o dom inigualável dum raro equilíbrio. Num acampamento há uma vida simples e cheia de surpresas.
"- Ó Guia! Porque castigas o Pedro?
- Porque ele estava a fazer troça do Chefe, a imitá-lo.
- A imitar-me?!
- Sim Chefe! E era exactamente.
- Que fazia ele? 
- Ora! Andava a passear pelo campo com as mãos nos bolsos...e com uma cara de parvo!"


16 a 25 de Agosto de 1952
Mata do Choupal - Coimbra

Antes
Vamos a Coimbra aspirar o ar puro da mata do Choupal, admirar paisagens, apreciar arte, criar novos laços de amizade ou estreitar existentes, mostrar o grau de desenvolvimento associativo e aperfeiçoar técnicas!... Montaremos as nossas tendas nas maravilhosas margens do rio Mondego.
Haverá concursos espetaculares onde será posta à prova a perícia de cada um e de cada patrulha!
É necessário que cada Escuta tenha, no mínimo, a 2ª classe, para que use a insígnia de campo.
O «IX» está aberto a Exploradores e Caminheiros, não participando os Lobitos mas as Chefes de Alcateia sim.
A inspeção de campo far-se-á diáriamente por equipes de Dirigentes.
Pela primeira vez entre nós, e de forma organizada, teremos numerosas representações de Escutas de outros países. Por este motivo, o IX Acampamento Nacional designar-se-á, também, como o 1º Jamboree Internacional de Portugal.
O pessoal dos serviços são conhecidos pelo uso duma braçadeira, de cor diferente consoante a área da tarefa.
Vamos ter em campo, a primeira missa de um Sacerdote escuteiro!

Durante
Esbelta e airosa, alcandorada sobre o Mondego numa confidência perpétua, Coimbra sorriu, hospitaleira e acolhedora, a todos os participantes do «IX».
Tudo quanto meses antes dissemos, foi ultrapassado pela visão que na retina se fixou para uma perpétua recordação.
O pórtico principal, erguido à entrada do campo, apresentava um aspecto magnífico com os distintivos das organizações escustistas nacionais e estrangeiras.
Estiveram representados nove países estrangeiros. Impersionante a entrada em campo dos alemães, sob formatura impecável, tipicamente germânica, ao compasso de inúmeras violas. O grande jogo dos Exploradores, para conhecer a cidade de Coimbra, foi ganho pela Patrulha Cuco, de Lisboa, e o Grande Jogo «O Homem Dragão» (com orientação, morse, homógrafo, pistas, etc.) foi ganho pela Patrulha Andorinha, de Santarém.
A malta das montagens passou a denominar-se «Tribo de Indígenas».
«O Nono», o jornal de campo, tinha uma tiragem diária de 1500 exemplares.
O «IX» terminou com o «Grande Abraço» e a Canção do Adeus. Tudo o que se erguera começava a desaparecer.

Depois
Por todo aquele campo de inolvidável memória, pairava já a saudade que o último «Fogo de Conselho» no dia anterior deixara com as derradeiras imagens do «grande abraço» e da canção do adeus. Tudo o que até então se erguera começava a desaparecer a partir dessa manhã.
O «IX» foi uma lição. Alguém perguntava como tinha sido possível levantar tal acampamento. Tudo é possível quando se lida com almas capazes dos maiores sacrifícios.
Ficam para a posteridade as mensagens dos nossos irmãos estrangeiros.
Onde ficou a colher de pau da Região da Guarda? Tinha lá estes versos:
«O Escuta quer à gente
E toda a gente lhe quer, 
Porque ele é de boa mente,
Pau para toda a colher.»
Deram baixa ao Hospital algumas dezenas de Alemães. Feito o diagnóstico, verificou-se ser uma epidemia de «Bananite aguda». A terrível doença que obriga a correr a 100 Km/hora para passar.


7 a 27 de Agosto de 1956
Avintes - Porto

Antes
"A impressão que tive quando tornei o primeiro contacto com o local foi de agradabilíssima surpresa, senti-me numa floresta, esqueci-me que estava numa quinta. Não faltará, portanto, ambiente de aventura e condições admiráveis para darmos largas as nossas iniciativas escutistas.
O Rio Douro banha suavemente a floresta, tão familiar lhe é, que ali o rio poder-se-ia chamar nosso e certamente constituirá na vida do Acampamento um verdadeiro centro de interesse (...).
Não vamos perder esta oportunidade magnífica de marcarmos uma presença, que seja afirmação de Valor e uma certeza de que vamos seguindo pelo caminho certo.
O X Nacional será o coroamento de um esforço e de um trabalho que, estou certo, já começou para todos e que vai continuar. Até lá - e não esqueçamos - O Rio Douro naqueles dias será nosso!" (Flor de Lis - Março de 1956)
O ano de 1956 foi um ano de glória, visto que seria o segundo nacional realizado, na região do Porto."  

Durante
Este acampamento foi alvo de muitos votos de desejos de sucesso por parte das associações escutistas estrangeiras. Na edição da Flor de Lís de Agosto de 1956 foram publicado esses mesmos votos, lê-se mensagens de Lord Rowallan Escuteiro Chefe da Comunidade e Império Britânico; outra do Comissário Internacional do Escutismo Holandês; um telegrama do Comissário Internacional do Escutismo Alemão e muitas outras agradáveis e motivantes mensagens.
O X foi aberto pelo D. José de Lencastre, que discursou para um grande número de escuteiros, inclusive escuteiros estrangeiros. Evocou para o cumprimento da Lei e da Promessa e da realização da Boa acção de cada um dos escuteiros, terminando o discurso pedindo para que os escuteiros vivessem os dias seguintes, num espírito de boa disposição aproveitando a companhia do Rio Douro e da floresta, porque a vida é o bem mais divino que Deus nos deu. Últimas palavras do discurso do Chefe de Campo foram "Fortificar e governar o corpo - alimentar e iluminar a inteligência - educar e elevar o coração."
A chuva acompanhou sempre o dia-a-dia do Acampamento, o que aumentava o risco de doenças. mas apesar disso  o entusiasmo dos escuteiros esteve sempre em alta.
Ao ver o contingente deste Acampamento, notou-se que havia um grande número de exploradores, o que era realmente muito gratificante para o escutismo português, porque era sinal de que o Movimento estava a chegar aos jovens com eficácia.
Mais uma vez se reparou na perfeição de muitas construções e trabalhos em campo, verdadeiras montras do empenho das centenas dos escuteiros. Estas construções, presentes nos vários sub-campos eram muito bem estimados ao longo dos dias, isto porque diariamente essas construções eram inspeccionados pelos chefes de campo. Impressionante era também a azáfama que os escuteiros faziam pois transformavam-se em verdadeiros donos de casa.
Quem visitava o campo, ficava completamente admirado com os imensos trabalhos realizados e espalhados pela floresta. Eram grandes e belos pórticos, eram confortáveis mesas e cadeiras, cozinhas muito práticas,...Tudo isto demonstrava que o escuteiro português é um escuteiro com uma técnica muito apurada e que adiciona ao seu trabalho uma alegria exemplar.
Escreveu-se que o X, em relação ao Nacional passado, notou-se um interesse maior pelas actividades, o que criou um sentimento maior de responsabilidade e de rigor na qualidade de criação das actividades, pois certamente para o próximo ACANAC os escuteiros vão, e ainda bem, exigir um acampamento ainda melhor que este.

Depois
“Recordo bem os Fogos de Conselho, animados, brilhantemente dirigidos pelo Padre Gamboa.
Porque há um movimento juvenil católico que acabou de reunir durante dez dias cerca de 1500 jovens rapazes, a viverem o melhor que sabem, temos que chegar à conclusão de que nos encontramos diante dum método de educação muito sério...
Foram mais de 10.000 os visitantes. Patrões houve que organizaram a visita dos seus operários, professores levaram os seus alunos, directores de colégios que levaram os seus educadores, párocos com os seus catequistas, e tantos outros...
Não há dúvida que o C.N.E. conquistou novos e mais largos horizontes”
“A bela praia do «X» proporcionou aos acampados horas de sã alegria e prazer inesquecível. E as suas finíssimas e doiradas areias?... Consta-nos que um Escuta brincalhão lançou a um outro um punhado de areia... e só lhe partiu a cabeça!”


5 a 15 de Agosto de 1960
Quinta da Marinha, Estoril - Lisboa

Antes
"Poucos meses nos separam já do XI Acampamento Nacional! E é de novo a Região de Lisboa, volvidos vinte e seis anos, que vai abrir as portas de par em par para receber os participantes - portugueses e vindos d'além fronteiras - , dessa «nova cidade cosmopolita», a levantar em alegre azáfama e a manter durante uma dezena de dias, em perfeito contraste do que é por natureza efémero com o benéfico efeito de coesão que resulta para o Movimento e com os laçõs de amizade e fraternidade escutista que se criam ou mais se estreitam em cada acampamento e que perduram longamente, enriquecendo as nossas vidas" foi com este parágrafo que iniciou um artigo publicado na edição de Janeiro da Flor de Lís que serviu de apresentação ao 11º ACANAC. Esse artigo comunicava as regras e a data da realização da actividade contudo o local, nesta altura ainda não tinha sido decidido.

Durante 
O XI contou com a presença de quase um milhar de escuteiros portugueses, lusófonos e estrangeiros.
Os caminheiros começaram a chegar a campo 15 dias antes de começar o acampamento a fim de preparar o campo para a abertura da grande festa escutista, no dia 7. Neste dia, todos os escutas participantes assistiam à cerimónia e escutavam as entusiasmadas palavras de D. José de Lencastre.
Nesse resto de dia e o dia seguinte, resume-se ao dedicado trabalho de montagens das construções. Dia 9, 300 escuteiros visitaram o Acampamento Internacional da Juventude e assistiram à inauguração do Monumento Infante D. Henrique, evento referente a este acampamento internacional.
No dia 11, enquanto jornalistas visitavam o local de campo, os escuteiros realizavam uma excursão à serra de Arrábida e Setúbal, após visita à cidade de Lisboa.
No dia 13 o Ministro da Presidência, Dr. Theorónio Pereira visitou o Acampamento, ficando fascinado com os trabalhos realizados e pelo aprumo demonstrado pelos escuteiros participantes e em seguida pela 17h, esta individualidade assistiu maravilhado à uma das mais impressionante Festa de Campo que alguma vez o C.N.E. realizou.
No dia seguinte, pelas 12h é celebrado a missa em campo, que mais uma vez é realizada no Dia de D. Nuno Álvares Pereira e mais tarde foi acesa a fogueira do Fogo de Conselho por uma chama transportada desde Aljubarrota por uma delegação de escutas.
Finalmente o dia mais triste do Acampamento, dia que é vivida pelos escuteiros com um sentimento de saudade pelos momentos passados nos últimos dias, dia que muitos dos participantes despedem-se dos camaradas escuteiros e voltam para casa, recordando para o restos das suas vidas, todos os momentos de confraternização com escuteiros de outros países.

Depois
“Este grande encontro foi na verdade inolvidável. Só quem lá esteve poderá saber como foram esses dias. Houve mais a preocupação de produzir bons Fogos de Conselho do que espectáculos de sensação. Porém, organizar Jogos de Pista para mais de 50 Patrulhas foi o fim. E no final houve vítimas, como é evidente.
A nota dominante neste XI Nacional foi permitir o ambiente de camaradagem e fraternidade que nele sempre dominou.”
“ – Olha lá! Que é aquilo?
- Parece-me um Chefe...
- E muito orgulhoso. Devia ter tirado a 2ª Classe e por isso a pôs na camisa.
- Pertence ao «ZOO», não pertence?
- Pela boina, deve ser,
- Ah! Mas ele está cheio de coisas bonitas, do tempo da outra senhora...
- Já ouvi dizer que vai «pregar» o distintivo deste Nacional por baixo dos outros.
- Pregar, dizes bem. E hão de ser pregos já crescidos!...”


21 a 31 de Agosto de 1964
Sra. Do Carmo, Teixoso - Covilhã

Antes
Como já habitual, meses antes de iniciar o XII Acampamento Nacional o entusiasmo crescia nos corações dos escuteiros.
Agora o local escolhido foi Teixoso, uma terra próxima da Serra da Estrela a 7 km de Covilhã.
O lema deste ACANAC foi "SUBIR SEMPRE MAIS ALTO!", inspirado pela altitude da Serra da Estrela e pelo desejo de querer alcançar mais altos objectivos, subir mais alto na alegria e na unidade do Movimento.
Esperava-se um acampamento cheio de actividades mais arrojadas, exigindo um maior empenho pelos escuteiros, tendo como espaço a serra mais alta de Portugal.
Quanto mais próximo o dia 21 chegava, mais perguntas surgiam "Como será o XII?", "Que tipo de actividades haverá?","Como será o campo?"... Não podia haver respostas sem estar presente neste ACANAC.

Durante 
Neste acampamento foi alcançado o maior número de participantes de sempre, na história dos ACANAC's até ao momento, foram 1300 escuteiros que foram a Teixoso.
Mais uma vez, este Nacional contou com a presença de irmãos escutas estrangeiros, que honradamente cantarem o seu hino nacional, no dia 23, durante a cerimónia de abertura.
Durante essa semana, houve jogos e imensas excursões na Serra da Estrela. O sucesso foi tanto, que as impressões finais foram que o XII foi, sem dúvida o melhor ACANAC, alguma vez foi realizado até ao momento.
Contudo nada melhor do que falar dos acontecimentos no dia-a-dia deste acampamento nacional.
Mais uma vez o Jornal de campo foi diariamente editado, dando destaque às actividades e episódios mais pitoresco do dia anterior.
Quem visitava o campo, ficava completamente abismado com as construções, que estavam espalhadas pelo local de campo, construções essas que espelhavam o empenho e a habilidade técnica que os escuteiros tinham. Impressionantes mesas, majestosos pórticos, bons bancos, até tendas montadas no cimo das árvores havia...! Tudo podiam ser contemplados atenciosamente por um visitante curioso.
Notou-se também a participação activa dos escuteiros estrangeiros. A Espanha foi representada por 13 escuteiros tendo ganho o prémio de Boa Disposição.
Como actividade geral mais importante temos a excursão de 600 escutas  à cidade de Covilhã, no dia 25 de Agosto.
Os escuteiros foram deslocados através de um infindável fila de autocarros. Ao chegarem à cidade, eles foram recebidos pelo Presidente da Câmara. Esta visita à cidade de Covilhã do contingente serviu de agradecimento pela colaboração e apoio da comunidade local.
Todos estes dias de grande aventura foram relembrados no Fogo de Conselho e estarão escritas nas folhas da memória de cada um dos escuteiros, que desfrutou dos momentos que este  ACANAC proporcionou, considerado como o melhor acampamento nacional, até agora realizado.

Depois
Disseram aos escutas para serem alegres em campo. E a alegria transbordou de entusiasmo: cantou-se desde a alvorada até à hora do silêncio.
O primor dos escuteiros foi notado quer nas construções quer na participação de actividades.
Mais uma vez, recebemos de braços abertos os escutas de além fronteiras, que estiveram excelentemente representados, uns apenas com um escuteiro (como a Holanda) e outros com um grupo de 28 escuteiros (Inglaterra).
Entre todos, destacamos os 70 Escutas Polacos no Exílio, vindos de Inglaterra e da França, que cativaram pela ordem, aprumo, capacidade técnica e camaradagem. Numa carta que endereçaram ao Comissário Interno do C.N.E., os Escuteiros polacos confessavam-se felizes pelo pela experiência vivida, e pelo acolhimento e atenção dos quais foram alvo.
Também merecedores de destaque foram os escutas de Moçambique (entre os quais o melhor fardado do acampamento), e os escutas espanhóis, que levaram o prémio da boa disposição.
O XII foi um dos melhores e mais felizes encontros de escuteiros do Corpo Nacional de Escutas. Três palavras apenas, como remate: Graças a Deus!


17 a 25 de Agosto de 1968
Serra de S. Mamede - Portalegre

Antes

O local escolhido para este ACANAC foi com base de um sonho antigo...realizar um Rali Nacional! Então o campo foi na pista de rali de Portalegre, pista essa com 200 metros e com bom piso, situado dentro do perímetro florestal da Serra de S. Mamede, a 7 quilómetros da cidade de Portalegre e da fronteira espanhola.

Como Equipa organizadora foi nomeada a Patrulha de Estudo Lobo, originaria de Lisboa, com vasta experiência em organizar Ralis na sua região, o que garante desde essa altura o exito no actividade.

Foi de facto um sonho muito arrojado que implicou muito trabalho. Regulamentou-se que cada Região deveria concorrer com 3 carros, contando ao todo 20 a 30 carros, tendo cada região, a possibilidade de organizar um Rali Regional até 30 de Abril de 1968, de forma que treinem para estarem em forma no Rali Nacional e para apurarem os 3 melhores carros que participarão no Nacional.

Quanto aos caminheiros neste Acampamento foram chamados para os serviços, divididos em 15 áreas. O início de trabalhos para os caminheiros fo no dia 1 de Agosto com o objectivo de montar o campo e para preparar tudo o que foi necessário para a abertura de Acampamento Nacional. 

Durante 

Antes do grande inicio do ACANAC, estiveram 28 dirigentes, Caminheiros e 5 guias inglesas a montar o campo, pela seguinte forma dividiram-se em 4 equipa, um montou as tendas da chefia e dos serviços, outra construiu as latrinas, a terceira tratou dos chuveiros e finalmente a quarta equipa montou todas as construções de troncos e cordames. Esta fase anterior ao Acampamento foi um êxito, tendo ficado tudo terminado antes do início do Nacional.

Iniciado o acampamento e até ao encerramento do ACANAC, houve muitas actividades, mas destacamos uma Aventura realizada para os juniores. Esta actividade foi dividida por duas partes relativas à espionagem e contrabando, e cada parte tinha 2 jogos, a Espionagem tinha o jogo "Operação Jam" e a "Operação Bori" e a parte do Contrabando tinha a "Operação Tic-Tac" e a "Operação Tofa". Esta grande Aventura consistia em 5 postos, e em cada posto, através de mensagens eram dadas informações sobre a posição, maneira de se vestir e sinais de identificação do espião ou contrabandista que deveriam ser descobertos pela patrulha, conforme a intuição e interpretação das indicações adquiridas.
À que destacar outra grande actividade, "A Volta ao Mundo em 90 minutos",Foi um jogo técnico que transformou o campo num mundo. O campo foi dividido em 6 áreas que simbolizaram os 6 continentes, onde as patrulhas tiveram que parar, em cada área tiveram que fazer um teste referente ao continente onde estavam. Para tornar este jogo mais difícil, montaram 2 obstáculos em cada continente, também directamente relacionado com cada um, outra dificuldade criada foi impor que cada patrulha tinha que fazer esta "Volta ao Mundo" em 90 minutos.
Finalmente o grande sonho foi realizado no dia 24, à tarde na pista de Portalegre. Os três melhores carros de cada região estavam presentes, prontos para dar o seu melhor, no 1º Rali Nacional. Foi uma actividade, no mínimo marcante na história dos Acampamentos Nacionais, não só pela grandeza e pela novidade da actividade mas também como uma demonstração de um empenhamento enorme, desde o inicio da construção do carro até à grande prova nacional.
Tudo esta vivência foi recordada na despedida deixando uma pergunta no ar "O que será que acontecerá de novo e grandioso no XIV ?" e houve, sem dúvida uma vontade enorme de estar presente na próxima festa nacional escutista.

Depois
"Com o XIII Acampamento Nacional, o C.N.E. demonstrou, mais uma vez, vigorosa e jovialmente, que o escutismo atravessa, entre nós, uma fase de vitalização sem paralelo.
Nem sabemos mais o que salientar: se o número surpreendentemente elevado de escuteiros em campo - mais de 2000 - se a capacidade de organização da Equipa de Campo; se a variedade e originalidade do programa de actividades; ou ainda a presença de tantos irmãos escutas de oito países diferentes, conferindo a este Encontro o sabor de um autêntico Jambori!
No entanto, quer-nos parecer que o XIII virá sobretudo a ser lembrado como o primeiro e grande ACAMPAMENTO DE PATRULHAS, de tal maneira tudo foi concebido e tudo se realizou em função dessa unidade elementar que se chama PATRULHA. Deixou de haver nos Nacionais a velha emulação entre as Regioões para passar a contar apenas a Patrulha Águia, ou a Pinguim, ou a Javali... Para cada 7 rapazes - 1 tenda, 1 cozinha, 1 refeitório e um local na mata para montarem as instalações da Equipa, com inteira liberdade de concepção e execução.
Que as patrulhas corresponderam bem a esta nova orientação dos Nacionais, provaram-no as inscrições em massa para os jogos, para as actividades no inteiror, para as actuações nos Fogos de Conselho; provam-no ainda, especialmente, as magníficas e originais construções de campo e a vivência entre escutas das mais variadas procedências, pois as patrulhas vizinhas pertenciam a regiões ou países diferentes.
Dois grandes amores, apelo de serviço que honra e enobrece quem lhe responde com alegria, generosidade e até heroísmo, se tanto for necessário. O altar, a montanha e as bandeiras, pistas de serviço de Deus e do próximo, ideal que se viveu no XIII, marca que define o homem e ainda mais o cristão.
Se a alegria foi a característica mais saliente deste acampamento, foi porque tudo corria bem, a começar pelo espírito escutista. As dificuldades não constituiram qualquer obstáculo à vida do acampamento, e quase todos sabiam como resolver «problemas» - e quem ainda não sabia... acabou por saber!
Dia a dia correu o tempo admirávelmente.
Por tudo, Graças ao Senhor!"
"Há uma juventude que nunca morre: é a juventude dos que se deixam possuir dum ideal. Veja-se o exemplo do Chefe Nacional D. José de Lencastre, sempre sorridente, passeando aos ombros dos jovens do XIII!!"


18 a 15 de Agosto de 1973
Mata dos Marrazes - Leiria

Antes
Este Nacional foi comemorativo do 50 anos do C.N.E. e foi realizado na Mata dos Marrazes.
Para este ACANAC tão significativo para a associação foi criado campos para todas as secções, retirando os caminheiros dos habituais serviços e pô-los a viver directamento com o Jogo do Escutismo e estabelecendo como grande objectivo, analisar o caminheirismo depois destes 50 anos do Escutismo em Portugal.
O distintivo deste Nacional fui fruto de um concurso lançado em Janeiro, cujo data limete de entrega da proposta foi 28 de Fevereiro de 1973.
Anunciou-se antecipadamente as actividades possíveis para o XIV, e esperava-se fazer mergulho, montanhismo, pára-quedismo, espeleologia, volei, judo, tiro, raid, serviço e radio.
Devido ao extraordinário valor histórico deste acampamento. à qual assinalou os 50 anos da associação sentia-se o entusiasmo febril por todo o país. Todos queriam estar presentes orgulhosamente e mostrar o valor escutista pessoal de cada um.

Durante 
A primeira secção esteve representada por mais de 400 lobitos, que trouxeram alegria ao Acampamento e à cidade de Leiria.
Houveram saudades de casa, o que é normal num acampamento de longa duração, onde a água é fria, a comida diferente e o descanço é diminuto, mas para todos os que lá ficaram todas estes incovinientes passaram cedo a saudosas recordações.
Também no campo das restantes secções tudo isto se veio a sentir, mas encarado de uma forma mais corajosa e aventureira!
Sim, viam-se escuteiros cansados, mas sempre com um sorriso no rosto. Trabalharam nos Abastecimentos, Restaurante, Saúde, Montagem, Desmontagem, Segurança, Transmissões...
A todos os acampados deram-se a conhecer os locais mais importantes dos arredores de Leiria. Passou-se por Nazaré, Alcobaça e Cova da Iria. Na Nazaré, pode dar-se uma «banhoca» e desfrutar-se de águas azuis e calmas. Rumo a Alcobaça, passavam-se pelos túmulos de D. Pedro a D. Inês. Em seguida, em Fátima e na Cova da Iria, era celebrada a missa na Basílica, e numa dependência do Santuário, foi apresentada uma documentação filmada sobre a História das Aparições.
Os campos viam-se bem arrumados e decorados, com técnicas variadas: desde portas giratórias, a portas automáticas, frigoríficos, tendas suspensas, sofás, cadeiras, mesas, vestiários, roupeiros, cabides... Tudo construído «à escuteiro»: com madeira e sisal.
De novo, houve corridas de carrinhos, raids, jogos de cidade, e diversas outras actividades!
Agora... esperamos pelo XV! 

Depois
Para quem teve o prazer de estar presente no XIV Acampamento Nacional, não será fácil esquecê-lo tão depressa.
O XIV foi somo o carregar de baterias para os próximos anos. Foi o reencontro com os «velhos» amigos, o reviver de outros acampamentos, o recordar de peripécias que jamais esquecerão. Foi o iniciar de novas amizades, o selar de pactos futuros, de trocas de notícias e recordações.
Elementos houve que trabalharam até à exaustão. Outros, que foram até onde lhes permitiram as forças.
O C.N.E. já era grande, mesmo muito grande, mas parece-nos que este «Jubilar» trouxe ainda maior grandeza e, por conseguinte, mais responsabilidade para o movimento.
É necessário que haja, agora, um reunir de forças e boas vontades para prosseguirmos na grande caminhada.

Contamos contigo!
Ao longo da preparação do XIV, a RTP e a Rádio Universidade, 33 jornais e revistas, num total de mais de 100 referências, deram a conhecer o Grande Acampamento


5 a 13 de Agosto de 1978
Ílhavo - Aveiro

 Antes
Nos dias 4 e 5 de Dezembro de 1977 realizou-se uma reunião de trabalhos em Aveiro com uma visita ao local do XV acampamento nacional a realizar em Ílhavo, sendo que nesta reunião ficou montada a "máquina" para o arranque do ACANAC no ano seguinte.
O XV ACANAC foi dividido em 3 secções: a II dirigida pela região de Braga, a III pela região de Lisboa e a IV pela região de Setúbal. Ficou combinado que a entrada em campo teria início às 14 horas de dia 5 de Agosto (sábado) e o domingo destinar-se-ia à montagem de campo, cerimónia oficial de abertura e celebração geral e que no dia 12 teria lugar um arraial, a grande celebração e o encerramento, sendo que no dia seguinte seria a desmontagem de campo e o regresso.
Todo o expediente foi tratado com a Junta Regional do Porto e os abastecimentos de água e luz foram garantidos pelo presidente da Câmara. 

Durante 
O XV ACANAC foi o fruto dos esforços de uma equipa dotada da melhor vontade de acertar. É certo que nem tudo foram rosas, contudo todos procuraram fazer o melhor possível.
Ainda pouco conhecidos entre nós, melhor no Escutismo português, e muito menos praticados, os ateliers tiveram no XV Acampamento o lugar que merecem, sendo que foram a base da actividade dos Juniores, composta por 14 postos, separados por alguns quilómetros, com ateliers sobre variados temas, entre os quais: fazer anilhas, bainhas para facas de mato, flautas, canas de pesca, flores de lis em barro, pratos, canecas, lanternas, etc. Estes ateliers trouxeram para o Escutismo o sabor da descoberta, da criatividade e da habilidade.
Acabada a actividade dos Juniores, estes chegaram a campo dia 10, sendo que no dia seguinte cada um recebeu o certificado de viagem numa cerimónia alegre e participada. Foi então altura de olhar para trás, hora de avaliação e de crítica.
No que respeita aos 600 Séniores presentes no Nacional, o lançamento de um tempo de vivência e de experimentação do Empreendimento era ponto obrigatório, uma vez que muitos dos participantes nunca tinham vivido uma experiência deste tipo, sendo que o XV foi o primeiro encontro nacional dos Séniores.
O XV foi assim um somatório não só quantitativo mas também qualitativo do trabalho desenvolvido ao longo do ano escutista, mostrando-nos assim as nossas limitações como Escuteiros.
Também o Radioescutismo marcou presença no Acampamento, operado por 5 Escuteiros com a colaboração de radioamadores aveirenses. Os participantes tiveram assim possibilidade de contactar com 56 países depois da palestra sobre Radioamadorismo dada no dia 6, no campo da IV. 
Este acampamento foi classificado pela maioria dos presentes como “um pouco pior do que esperavam” ficando assim à espera que o XVI seja melhor, embora tenham partido saudosos pelos momentos passados.

Depois
“O «XV» foi fruto dos esforços duma equipa dotada dos melhores esforços de acertar. É certo que nem tudo foram rosas, mas fiquei convencido de que todos procuraram fazer o melhor possível.
As actividades no âmbito da protecção da natureza e ambiente foram bem aceites por todos.
O ensaio de novos métodos de educação poderá ter sido o maior factor do sucesso obtido. E o sucesso continuou na agradável convivência de Escuteiros de todas as Regiões do País e também com Escuteiros do estrangeiro. É a função primordial da Fraternidade Escutista."


1 a 13 de Agosto de 1983
Quinta do Calhariz - Setúbal

Antes
Cedo começou a preparação do ACANAC 83 onde se festejaram os 60 anos de vida do CNE, em 21 de Novembro de 1981, numa reunião em Setúbal confirmaram-se as datas do acampamento: 1 a 7 de Agosto para Juniores e Caminheiros e 7 a 13 para Lobitos e Séniores. O local escolhido para o XVI foi a Quinta do Calhariz, perto de Setúbal.
Várias foram as propostas feitas no ano seguinte durante a preparação do acampamento: desde gravar a primeira cassete com músicas escutistas, fazer um Hino para o Nacional até fazer-se um lenço próprio para os participantes usarem em campo.
A 26 de Setembro de 82, Conselheiros Nacionais fizeram o reconhecimento do local onde ficou instalado o acampamento e onde decorreram algumas actividades. "Estamos aqui para quebrar barreiras. Estamos aqui para gerar aproximações no CNE." foram palavras ditas pelo Assistente Nacional que também visitou o local, palavras encorajadoras para todos os Escuteiros que participaram no Nacional.

Durante 
A cerimónia de abertura do XVI Acampamento Nacional teve lugar na tarde do dia 2 de Agosto na arena principal do campo, onde Velez da Costa declarou aberto o XVI ACANAC dizendo "Viver a Grande Festa de um Nacional é uma grata recordação que permanece".. e foi sem dúvida! Seguiu-se a Celebração Eucarística e o içar das bandeiras não só do CNE e de Portugal como também das nações estrangeiras representadas ao som do Hino Nacional.
Quanto à Iª Secção, eles demonstraram o que são capazes de fazer, estiverem presentes sempre com imensa alegria, fazendo atletismo, jogos variados, visitaram Setúbal, montaram oficinas de fantoches, de instrumentos musicais, esferovite, gesso, olaria, entre outros nunca esquecendo a Lei e as Máximas que a rege. O momento mais alto para os Lobitos foram os Fogos de Conselho, momento este em que todos participaram com bastante interesse.
Para os Juniores nem tudo correu da melhor maneira uma vez que nos primeiros dias não houve água nem lenha para as construções planeadas pelos Juniores, mas "um escuteiro é sempre um escuteiro e por isso não há impossíveis acampamento começou mesmo!". Logo no terceiro dia começaram as actividades que preencheram o corpo da aventura: Ateliers, percursos de obstáculos, actividades desportivas, orientação, técnicas de pioneirismo e excursões.
Entretanto nos seus grupos foram tendo contactos com Juniores de outras localidades e regiões do País. Falhas também as houve, fruto da expansão do CNE, tal como festas que a IIª de certo não as esqueceu.
O campo Sénior, tal como os restantes, esteve durante toda a semana bastante animado e activo. Domingo, dia 7 foi a chegada a campo, receberam os primeiros mantimentos, montaram tendas e rapidamente atingiram o ponto alto deste dia que foi a grande festa de apresentação. O 3º dia em campo foi ocupado pela organização da grande actividade de fundo da IIIª, o raid pela Serra da Arrábida. Eram 4h00 quando os Seniores se levantaram e após a Celebração da Palavra partiram para a sua grande aventura, de onde só regressaram às 17h30. O dia seguinte foi de descanso e de ida à praia, onde tomaram banho uma vez que em campo se tornou um pouco difícil. O acampamento foi chegando ao fim, sexta-feira foi o dia da feira de trocas e no final do dia deu-se lugar à desmontagem de campo e "foi com uma ponta de emoção que se desamarraram os últimos nós".
A noite foi ocupada pela festa de encerramento e à medida que a canção do adeus era entoada, uma certeza em cada um: A grande festa que foi o ACANAC não acabou naquele momento, cada um levou para casa a riqueza de uma experiência inesquecível. Importante é também referir que a participação da IVª Secção durante o Nacional foi marcada pelo Vº Rover, não sendo assim fácil esquecer as centenas de Caminheiros que partiram para o raid nunca esquecendo a camaradagem e a alegria de viver e ser Escuteiro.
O entusiasmo dos Lobitos, Juniores, Seniores e Caminheiros demonstrado durante o XVI Acampamento Nacional foram a certeza de que o método escutista constitui uma resposta adequada às gerações presentes no mesmo e ainda assim com falhas do ponto de vista organizativo todos esperam ansiosos pelo próximo Nacional.

Depois
"A R.T.P. fez referência ao Acampamento Nacional nas últimas notícias, 90 segundos de imagens. Desejávamos mais...
O C.N.E. montou uma cidade onde estiveram milhares de crianças e jovens e sem apoio estatal.
É preciso ter mais cuidado com os executantes. Assim como numa orquestra, não basta que todos saibam tocar, é preciso que toquem a mesma sinfonia.
Depois do Nacional ficámos a conhecer melhor as nossas deficiências."
"Conversa entre dois Lobitos de visita ao gabinete de imprensa:
- Ó pá! vês esta máquina? (era o computador)
- Olha que a Chefe disse que se tu disseres alguma mentira enquanto estiveres acampado esta máquina regista-a logo! E olha que ela vem cá saber todos os dias!
- É pá! Tenho que ter cautela - e perguntou - é verdade ou não Chefe?"


4 a 10 de Agosto de 1987
Quinta do Além - Bagunte

Depois
"Algumas dúvidas ficaram no ar depois do «XVII» e que devem ser reflectidas. Terão sido frustradas as expectativas dos jovens? Acampamentos desta dimensão já não vai só com pessoas em regime de voluntariado. Devemos criar mais tempo para convívios, apresentar aquilo que não temos nos Agrupamentos. Foi a lição...
Muitas causas falharam mas os jovens souberam vencer os «falhanços», tiraram partido das adversidades e viveram a sua ventura.
"Pequeno almoço:... com bolachas!
Almoço:... com bolachas!
Lanche:... com bolachas!
Jantar:... com bolachas!
Ceia:... com bolachas!
Irra! Nunca mais como bolachas!..."


4 a 11 de Agosto de 1992 
Praia do Palheirão - Coimbra

Antes
"A fronteira do Homem" ... O XVIII Nacional começou a ser preparado atempadamente para que as falhas fossem mínimas, em Janeiro de 91 abriram o concurso para se escolher o símbolo oficial da actividade, em Fevereiro o concurso para a Canção que oficializou o ACANAC, em Março já estava decido o local, a data, o tema, os participantes e os preços e em Abril abriu também o concurso para a mascote do ACANAC.
O local escolhido foi a Praia do Palheirão no concelho de Castanhede em Coimbra nas datas 4 a 11 de Agosto de 92. A condição humana respeitante a valores, atitudes e sistemas que a cultivam foi o tema eleito para o Nacional 92 em que todas as secções puderam participar, embora os Caminheiros só pudessem participar no Rover.
O valor da actividade ficou combinado ser entre 400 escudos a 750 escudos cada título.
Um ano antes estavam já inúmeras infra-estruturas construídas em campo com vista ao Acampamento Nacional, obra de um grupo Escuteiro de Coimbra.

Durante 
Situado no litoral, no espaço de uma mata nacional, o acesso ao ACANAC foi feito por uma estrada em mau estado e portanto tanto a chegada dos participantes como do material foi bastante dificultada e morosa.
Ao longo de uma extensa avenida estenderam-se os quatro campos das secções, bem como outras infra-estruturas: Hospital de Campo, Correio, Telefones, Bar, supermercado, entre outros.
A cerimónia de Abertura foi realizada na quarta-feira, na Arena, depois da chegada dos convidados. Os milhares de jovens acampados desfilaram até ao recinto demorando uma boa hora na sua passagem. Lenços das quatro secções e o colorido dos estrangeiros encheram o local de uma onda de gente alegre e viva.
Na cerimónia discursaram o ex-Chefe Nacional Vítor Faria e o ex-Ministro Marques Mendes, seguidos da subida ao estrado do Chefe de Acampamento a dar o ACANAC como inaugurado. De mau grado foi o atraso do início das cerimónias no entanto a alegria reinava. Seguiu-se a tradicional Eucaristia e no final desta as actividades começaram para grande entusiasmo dos acampados. Quanto à alimentação neste Acampamento água não faltou, quer para higiene pessoal, confecção de refeições, lavagem de roupas ou simplesmente para beber. As ementas estabelecidas para o ACANAC foram de confecção simples, com calorias e nutrientes indicados, sendo assim do agrado geral, contudo aconteceu que as quantidades foram tão reduzidas que geraram protestos nos dois primeiros dias e tiveram que ser aumentadas até ao encerramento de campo. Com o pão os problemas também estiveram presentes não só pelo tamanho do mesmo como também à validade, tendo por isso gerado grande prejuízo em termos de contabilidade. A Intendência funcionou em condições exemplares, com uma equipa que se esforçou para satisfazer as necessidades dos 10000 acampados. Também o exército local fez deslocar um carro e equipamento diverso que proporcionou banhos quentes aos Lobitos, medida esta de louvar. Uma Videoteca, uma pista de obstáculos e uma Exposição de Nós foram também montados em campo para lazer dos participantes.
Tendo em vista a defesa do ambiente foram criados nos diversos campos espaços de depósito de detritos sólidos para reciclagem, tendo sido assim o ACANAC espelho do asseio necessário.
Ponto alto deste ACANAC foi a confecção da grande manta de retalhos que depois de completa atingiu 3 milhares de metros quadrados, o que lhe deu a entrada no "Guiness Book".
Quanto ao Encerramento, este não foi em conjunto uma vez que a experiência mostrou que na Arena principal seria uma perda de muitas horas, assim sendo ele foi feito em cada um dos Campos.
Ficou a ideia de que embora muitos tenham vivido plenamente a festa que foi o Nacional, outros não tiraram o devido partido da mesma, mas mesmo assim todos regressaram para casa já com saudades dos 8 dias passados no campo, com a certeza que outro ACANAC viria.

Depois
"A condecoração atribuída ao C.N.E., a Ordem do Mérito, que o Prof. Cavaco Silva i,pôs na nossa bandeira, é justa e contribui para louvar todos os nossos Dirigentes que ao longo destes 76 anos têm vindo a dar o melhor de si em prol da melhor causa que conhecemos: a Juventude Portuguesa.!
A Sociedade reconheceu o empenho dos pais, avós, irmãos e outros parentes que deixaram os seus jovens participarem no Nacional, e os que obrigou a grandes despesas, à perda de dias de férias, a fazerem quilómetros e quilómetros por essas estradas de Portugal. Se cada Escuteiro representar uma família, fácil é dizer que mais de 50 000 pessoas viveram aquela semana de campo de manhã à noite."
"Decerto que depois do Adeus, ficou a vontade de nos voltarmos a reunir. Se assim for, aguardemos a chegada do Nacional'96."


4 a 10 de Agosto de 1997
Valado de Frades - Nazaré

Antes
Como de costume, desde cedo começou um enorme "comichão" no entusiasmo dos nossos escuteiros, até porque se ia comemorar os 75 anos do CNE e era de uma enorme vontade que este evento fosse vivido por um grande número de escuteiros.
O lema deste Acampamento foi "Não há Longe nem Distância" o que dá uma ideia dos grandes e ambiciosos objectivos deste acampamento - unir os escuteiros portugueses e estrangeiros num ambiente festivo e fraterno.
Começou a estabelecer-se o número de participantes : 1000 da I secção, 3000 da II secção, 2500 da III ,1500 participantes da IV e 100 elementos da Fraternidade Nuno Álvares. E quanto a contingentes estrangeiros, só podem participar elementos da II, II e IV secção.
Valado dos Frades tem uma história muito interessante. Valado deriva do "Velado" de "velar" por existir um frade encarregue por vigiar ou velar pelos campos pertencentes ao Mosteiro de Alcobaça, e é "dos Frades" por se dever aos frades do Mosteiro o seu desenvolvimento, e a sua instituição como paróquia por volta da primeira metade do século XIX.
Valado, deriva de Vallada (século XIII) nome de origem geográfica que significa vale muito extenso. Este nome manteve-se até ao século XVI e a partir do ano de 1662, Vellado e Vallado já eram expressões frequentes.

Durante 
Neste Acampamento contou-se ao todo pouco mais de 6000 participantes.
Cada secção viveu, estes dias uma mística e tema próprio do ACANAC, com a I secção tentou-se procurar ensinar o "sentido das coisas" aos lobitos, vivendo, como é habitual, o Imaginário do Livro da Selva, e tendo como símbolo o Lobinho.
Os exploradores usufruíram de uma Aventura no Mar, onde os Descobrimentos é utilizado para que os juniores se descobram ao nível psicomotor, através de jogos. O símbolo utilizado nesta secção é o Astrolábio. Quanto aos Pioneiros moveu-se pelo imaginário do "Desejo do Progresso", num ambiente estranho que é o Espaço, procurando assim explorar o Homem na sua relação com o universo e com questões humanas. Para ajudar o pioneiro neste ambiente estranho que é o Espaço, foi utilizado o símbolo Estrela, que guiou e desafiou o Pioneiro a procurar as respostas às tais questões humanas.
Finalmente os caminheiros, num imaginário que é o Tempo e com o símbolo Relógio, aprofundaram-se pela fé, em que meditaram sobre as suas grandes opções e na forma que se ocuparem no seio da comunidade.
A cerimónia de abertura foi morosa, cheia de discursos e palavras que duraram até à hora do almoço, houve até participantes que dispersaram mesmo antes da cerimónia cessar, contudo a entrada das bandeiras, o som das fanfarras, as largadas dos balões e de dezenas de pombos embelezaram este evento. Outro evento a realçar neste acampamento, foi o festejo da entrada de Moçambique para a Comunidade do Escutismo Lusófono e o início da celebração dos 75 anos dos CNE.
Reconheceu-se o magnífico empenho de todos os escuteiros que estavam nos serviços, o Bolina (jornal do XIX ACANAC) muito falou sobre o trabalho realizado pelos incansáveis homens e mulheres, para que tudo corresse bem.
O ACANAC anterior foi recordado eternamente pela construção da maior manta de retalhos do mundo (registado como recorde do Guiness) Também, neste acampamento tornou-se uma grandiosa recordação. a recolha de sangue realizada em campo, que se tornou a maior acção nacional, organizada pela Federação das Associações dos Dadores de Sangue, alguma vez feita até à altura.
A Fraternidade Mundial Escutista também foi vivida neste ACANAC, com a participação de 150 escuteiros estrangeiros, oriundos da Suécia, França, Polónia, Bulgária, Brasil, Chile, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné Bissau e S. Tomé e Príncipe. Um grupo de caminheiros de Timor Leste também esteve presente nesta festa nacional.
No final, bonita foi a imagem de ver todos os escuteiros, de mãos dadas cantando a música do "Adeus", que foi mais um "Até à próxima!".

Depois
Acabado este acampamento, o CNE para além de estar orgulhoso pelos dirigentes e escuteiros que "adoptou" nesta família que é o Escutismo, mostrou à sociedade que consegue realizar grandes acontecimentos, em regime de voluntariado.
"Certamente que o CNE não vai para o "Guiness de sangue", mas para que batemos mais recorde, lá isso é verdade. Os meios técnicos e pessoais disponibilizados pelo Instituto Português de Sangue foram surpreendidos pelas 500 recolhas realizadas das mais de 750 inscrições, faltaram os meios... Vamos continuar a dar sangue, agora nas nossas terras. A Vida agradece!"


29 de Junho a 5 de Agosto de 2002
Santa Margarida - Constância

Antes 
Estava próximo o primeiro Acampamento Nacional do século XXI, por isso foi necessário reflectirmos em relação ao novo século que começou, pensar sobre a capacidade do Homem como construtor de um Mundo Novo, que apesar de ele ter como ferramentas um vasto conhecimento e uma tecnologia avançada, por vezes o Homem não as utiliza a favor do bem e da justiça.
A falta de fé, a fuga às responsabilidades, falta de coragem, auto-confiança e comodismo foram temas e sentimentos que foram causas de reflexão do XX ACANAC, cujo tema foi "O Mundo nas Tuas Mãos", estas palavras sugeriram responsabilidade perante o Mundo em que vivemos e que temos de o melhorar, através dos nossos atributos pessoais e colectivos.
O Livro de Apocalipse deu a mística ao acampamento, dando uma mensagem de renovação e esperança face às dificuldades e perseguições.
O local escolhido foi o Campo Militar da Santa Margarida, em Constância, com locais de destaque ao seu redor. É o caso de Almourol, célebre pelo seu Castelo que se ergue a 18m de altitude, num ilhéu de 310m de comprimento e 75m de largura. Outro local perto do campo é a vila de Barquinha, que pertenceu aos Templários.
Uma grande novidade neste ACANAC foi a criação de um jogo para os escuteiros poderem participar neste evento, à qual teriam que se inscrever ao jogo até 31 de Outubro. Esse jogo baseava-se em fazer o maior número de provas estipuladas para o evento, com base de 7 critérios, tudo referente à etapas de progresso.

Durante.
O Campo Militar de Santa Margarida, durante 8 dias era uma autêntica cidade de lona. Esta cidade estava dividida em quatro zonas distintas (uma era para os serviços e as outras 3 eram para as 3 secções participantes).
Os Lobitos viveu o Lema "És um Homem Novo", em que foram convidados num "Mundo Novo" cheio de alegria e cor de cada um era reflectida num Arco Íris, e através das actividades caminhavam para Novos Horizontes.; ou seja as alcateias foram divididas em três horizontes que representavam as cores do Arco-Íris. O pórtico era uma enorme bola simbolizando o Mundo, e no interior dessa bola era posto alguns símbolos que era oferecido em todos os dias de campo. Havia também no campo dos Lobitos, um enorme campo de jogos, onde os lobitos deliciavam-se de alegria.
Os exploradores eram os Cavaleiros para um Mundo Novo, previamente investidos numa cerimónia muito característica. Foram-lhes incutidos para descobrir, para o desejo de construir, a necessidade de conhecer, experimentar e fazer. O campo da II secção era o Grande Convento, onde estavam instalados 1300 Exploradores, e nesse Convento havia 3 Ordens, a Ordem de Cristo, a Ordem de Avis e a Ordem da Torre e Espada e disputavam a supremacia através de raids, em oficinas de trabalho, num jogo de cidade em Constância.
Finalmente no campo dos Pioneiros estava repleto de actividades e ateliers, preenchidos por uma enorme imaginação inspirada pelos valores do Novo Mundo. No campo, vários conjuntos de grupos de pioneiros instalavam-se e componham as igrejas, que simbolizavam as primeiras comunidades cristãs. Todo o espaço da IIIº secção era denominado o Mundo Azul.
Abrantes, foi o local escolhido para o Jogo de Cidade, este jogo era formado por postos onde o preenchimento de um questionário e uma reflexão eram tarefas a serem realizadas. Houve também outras actividades como a Feira Gastronómica, Porto de Encontro, e a descoberta do Paraíso Perdido.
Último dia foi celebrado a Eucaristia  e a cerimónia de Encerramento, onde os participantes puderam demonstrar que realmente tinham "O Mundos Pelas Mãos".

Depois
"A prova de fogo de qualquer associação foi superada mais uma vez."
Apesar das dificuldades que aparecem normalmente nas grandes actividades, este acampamento foi mais uma vez um sucesso, transmitindo à associação uma forte imposição do ideal escutista neste século movo, ou como muitos dizem, para este Mundo Novo.
Todos os Lobitos, Exploradores , Pioneiros e os caminheiros, trabalhadores nos serviços saíram deste primeiro acampamento nacional do século, com uma vontade de se afirmarem nesta sociedade, dando o seu melhor na sua iniciativa pessoal, sabendo que o Mundo está nas suas mãos.

Mais de 17 mil a escuteirar

Durante sete dias, os 17 100 participantes do XXII Acanac viveram o lema «Escuteirar: Educar para a Vida».

Foram dias intensos e vividos com muitas emoções, vivências, aprendizagens que ficaram nas memórias de todos os que por lá passaram.

A XXII edição do Acanac bateu vários recordes na história do escutismo em Portugal: o maior número de participantes, de visitas na internet, de downloads, de partilha de conteúdos, a maior exposição nos media registada até hoje na história do CNE.

Mais informações: https://acanac2017.pt/

 

Ultima atualização 23.11.2016 Visualizações 46841
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