© Ricardo Perna

Lei e Promessa

A Lei da Alcateia

Na Alcateia, os valores escutistas estão resumidos na Lei, nas Máximas e na Promessa.

É através delas que o Lobito é chamado a comprometer-se livremente com os ideais do movimento, que lhe permitem ajudar a construir um mundo mais justo e solidário.

O Livro da Selva fala-nos de um “povo sem lei”, desordeiro, preguiçoso, sujo e sem regras, que vive a partir dos impulsos e dos interesses momentaneos. Em oposição, temos o “povo livre”, a Alcateia, onde cada lobo conhece o seu lugar e as regras e reconhece em Àquêlá a autoridade moral para guiar e proteger todos.

Quando caraterizamos psicologicamente o escalão etário dos nossos Lobitos, consideramo-los “crianças” que raciocinam sobre factos concretos vividos aqui e agora. Não lhes podemos transmitir valores sobre situações hipotéticas que eles não entendem e ainda não viveram. Assim sendo, a Lei da Alcateia põe as coisas no presente.

O Lobito escuta Àquêlá.

O lobito não se escuta a si próprio.

No primeiro artigo da Lei, estão presentes o valor da obediência e o reconhecimento da autoridade de Àquêlá (chefes, pais, professores, catequistas…), reconhecimento este que advém da capacidade que o adulto tem para ensinar, ajudar, acarinhar e proteger a criança.

No segundo artigo, encontramos a valorização da renúncia do Lobito aos seus interesses pessoais em favor dos interesses da Alcateia. Despertando assim para a vida em comunidade, para a partilha, para o esforço coletivo, em oposição ao egoísmo e individualismo.

A simplicidade da Lei encerra, assim, os valores básicos da vivência em Alcateia.

Promessa de Lobito

“Se o ideal do Lobitismo, a Lei, Divisa, etc., capta sobretudo a imaginação do rapaz, a Promessa faz sobretudo apelo ao seu coração."
Barclay, Vera, Sabedoria da Selva

A Promessa é um compromisso assumido pelo Lobito de forma livre e sentida.

Por um lado, este é o momento a partir do qual o Lobito se sente verdadeiramente membro da Alcateia e quer, de fato, sê-lo. O cerimonial da Promessa confere-lhe publicamente o estatuto de “Lobito” e permite-lhe usar o sonhado lenço, símbolo da sua integração definitiva.

Por outro lado, neste momento também, o Lobito afirma perante os seus pares, os dirigentes, a família e a comunidade, que quer ser Lobito, que conhece a Lei da Alcateia, que tem disponibilidade para ajudar os outros, que que ser seguir o exemplo de Jesus e ser amigo de todos os outros Lobitos.

Prometo, da melhor vontade:

  • Ser amigo de Jesus, amando os outros;
  • Respeitar a Lei da Alcateia;
  • Praticar diariamente uma boa ação.

“Da melhor Vontade”

Esta pequena e incisiva afirmação é, todavia, plena de significado.
Em tudo o que Lobito se compromete a fazer, fá-lo-á com a melhor vontade que conseguir, isto é, com todo o seu empenho e dando o seu melhor. Seja o que for que lhe pedirem, seja uma criança, seja um adulto.
Assim começa a fazer nascer em si os valores do altruísmo, mas também um querer ser sempre melhor e fazer o melhor que puder tudo aquilo que escolhe fazer.
Aprendizagens fundamentais para a vida que se inicia!

Ultima atualização 02.11.2016 Visualizações 38162
Voltar Partilhar