Quando pensamos em voluntariado no Escutismo, a 4.ª secção ou o Caminheiro(ismo) assume um papel de destaque nesta temática. São inúmeras as tribos ou clãs que nas suas caminhadas inserem o voluntariado como meio de prestação do serviço na comunidade e no movimento.
Ao longo dos últimos anos, temos tido projetos de voluntariado ou serviço na associação, direcionados para a 4.ª secção, reunindo bons exemplos de voluntariado, como foi o caso do projeto “48h voluntariado”, que na sua última edição contou com cerca de 126 projetos. Temos também o exemplo dos projetos de serviço implementados no decorrer do Rover Ibérico 2015, entre muitos outros bons exemplos e iniciativas que naturalmente vão surgindo na associação.
Para a participação no Rover Ibérico foram submetidos cerca de 133 projetos de voluntariado local, realizados por caminheiros e, um pouco por todo o país, tivemos também o envolvimento das outras secções, amigos, conhecidos, ou apenas outros voluntários. Torna-se difícil contabilizar os números reais de voluntários envolvidos nestes projetos, mas seguramente são bem mais do que os números de inscritos no Rover Ibérico ou noutros projetos e atividades que motivam ao serviço e ao voluntariado. Este é um dos aspetos mais importantes que retiramos: para além da 4.ª secção organizar projetos de voluntariado, permite ainda que muitas pessoas, escuteiros e sociedade civil, possam colaborar, criando pontes para fora da associação
Embora seja muito difícil ter dados reais relativamente ao aumento do envolvimento dos Caminheiros em atividades de serviço e voluntariado, podemos aferir que embora os números do efetivo estejam a cair na IV secção nos últimos anos, a participação dos caminheiros em projetos deste tipo tem vindo a aumentar, (dados recolhidos na participação de atividades nacionais), assim como os níveis de envolvimento e abrangencia dos projetos apresentados.
Os caminheiros têm, cada vez mais, um impacto notório na sociedade em termos de voluntariado, principalmente no nível local. Temos feito, efetivamente, o “(im)possível”?
O CNE tem um “novo” programa educativo que se propõe a fazer um acompanhamento mais próximo do jovem (lobito a caminheiro). Tem tido uma aposta mais incisiva da preparação do caminheiro para a sociedade, dando mais ênfase à missão da proposta educativa espelhada nos objetivos educativos finais definidos para o percurso do jovem. O CNE pretende preparar (bem) os nossos jovens para serem ativos na sociedade. Além disso, a inclusão da proposta de realização de um Desafio no final do percurso de escuteiros, na 4.ª secção, bem como a necessidade de criação de projetos quase constante no movimento, valorizam este tema de enfoque no voluntariado no Caminheiro(ismo).
Dentro da associação começamos a dar passos largos na possibilidade da particiapação de jovens e na inclusão de Caminheiros em equipas projeto, bem como na coordenação das mesmas, estando a possibilitar que a aprendizagem através do erro (aprender-fazendo) ocorra num espaço seguro e sempre com o apoio de um adulto (relação educativa). Afinal, não somos nós uma associação de jovens para jovens? Provavelmente será esta a melhor fase da vida deles para os incluir e fazer assumir tarefas de responsabilidade, encabeçando equipas e projetos no CNE de forma voluntária.