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Método do Projeto

Caminhada/Campanha : O Método do Projeto na 4.ª secção

O Método do Projeto é, por excelência, um das formas mais eficazes de trabalharmos o “Aprender Fazendo”. Para além disso, afigura-se como meio essencial para respondermos ao desafio de B-P que nos impeliu “perguntar ao rapaz”. Deste modo, o Método do Projeto é transversal a todas as secções assumindo contornos específicos em cada uma delas.

Em relação à 4.ª secção, importa dizer desde já que a aprendizagem pela ação é um foco de motivação junto dos jovens, dado que, por um lado, todas as tarefas que assumem são reais e úteis para o sucesso do seu projeto, por outro lado, estas mesmas tarefas permitem um aprofundamento do conhecimento de variados temas, potenciando o crescimento e desenvolvimento do Caminheiro. Ao experimentarem novos papéis ganham novas habilidades, percebem quais as tarefas em que estão mais aptos e também aquelas que necessitam de melhoria, bem como permite descobrir novos interesses e talentos. É de relevar que esta aprendizagem eminentemente prática desenvolve-se de forma privilegiada nas atividades com os outros caminheiros. Indiscutivelmente, os pares e as tarefas em conjunto são basilares para a motivação para a aprendizagem pela ação.

A Caminhada é o nome atribuído a um projeto feito por Caminheiros. A Caminhada é do Clã e por isso todas as atividades são propostas, organizadas e realizadas por todos os caminheiros em todas as suas fases.

As fases do Método do Projeto são:

1 - Idealização e Escolha

2 - Planeamento / Planificação

3 - Realização

4 - Avaliação e Celebração

Efetivamente, na primeira fase, ocorrem dois momentos importantes: a idealização (em Tribo, em que todos os elementos devem contribuir para o projeto). Segue-se a apresentação dos projetos e a escolha do vencedor em conselho de clã. Após a escolha, surge o enriquecimento. Este preferencialmente deve ser realizado em Conselho de Guias. Todavia, se o clã assim o entender poderá optar por fazê-lo no Conselho de Clã.

A 2ª fase corresponde à Preparação, onde cada um dos caminheiros é convidado a assumir um papel que pode ser diferente do cargo que assume na sua tribo.  Ocorre uma distribuição de responsabilidades e tarefas que deve acontecer quase que naturalmente para que todos se sintam parte fundamental da peça do puzzle que constroem juntos. A Caminhada deve ser preparada convenientemente de modo a evitar acidentes e contratempos. Este processo de crescimento é tão melhor quanto mais adequado for o acompanhamento do Chefe de Clã. É importante que este esteja sempre “ali”, para perceber o desenvolvimento das várias fases do projeto e para que possa dar o alerta quando algo “escapa” aos Caminheiros. O seu papel é o de um observador atento e ativo, que dá espaço a que o erro aconteça e a que o sonho seja cada vez maior e mais ousado, tentando manter um equilíbrio entre as ideias mais ousadas e as mais “realizáveis”.

Posteriormente, segue-se a fase mais visível do Projeto, a sua realização. É aqui se vive o que foi pensado, trabalhado e idealizado ao longo do processo do método escutista. É aqui que se verificam as grandes diferenças entre projectos que foram bem pensados e estruturados e que nos fazem ser melhores na procura do Homem novo.

Finalmente, chegámos à fase final – a avaliação. Esta deve ser realizada em Tribos e Clã, promovendo-se a discussão acerca do cumprimento dos objetivos pré-estabelecidos, dos aspetos menos e mais positivos. Assim, consegue-se perceber o que correu mal e pode ser corrigido e o que correu bem e merece ser reaplicado no futuro. A celebração da Caminhada deve acontecer sempre também: é importante que a alegria esteja sempre presente nos nossos projetos. Isso distingue-nos dos outros movimentos e dá-nos unicidade na ação.



Importa ainda destacar alguns aspetos que devem merecer particular atenção no desenvolvimento das Caminhadas. Por um lado é imperioso que as Caminhadas não se tornem rotineiras. Sabemos que ao longo do tempo, as atividades tendem a seguir a um determinado padrão, quer na participação como na realização. É importante que surjam projetos diversos e ideias distintas pois desta forma, as caminhadas potenciam o seu valor educativo e tornam-se mais desafiadoras para os caminheiros. Nessa linha, é importante relembrar que os clãs não são sempre iguais. Naturalmente, o clã varia de ano para ano, tornando-se fundamental adaptar o modo de trabalhar, as atividades, as linhas de tempo…

Um outro aspeto que deve ser valorizado prende-se com o facto de a caminhada assumir um grande protagonismo no progresso individual. Deste modo, os objetivos pessoais definidos por cada um no Projeto Pessoal de Vida (parte fechada) podem ser integrados na Caminhada. Também os objetivos educativos escolhidos por cada um, delineados na Carta de Clã devem ser trabalhados na Caminhada, de modo a que possa potenciar o progresso no Sistema de Progresso Pessoal. Desta forma, a caminhada permitirá um conjunto alargado de oportunidades educativas possibilitando a aquisição de novos conhecimentos, novas competências e novas atitudes.

Voltando à questão da adaptação talvez seja pertinente abordar a duração da Caminhada. Normalmente, realiza-se uma caminhada que acompanha o ano escutista. Contudo, há alguns clãs que realizam duas caminhadas por ano escutista. A primeira entre setembro e dezembro e outra de fevereiro a junho. Esta opção permite começar o ano em força e liberta o mês de Janeiro que normalmente corresponde a uma fase atarefada para os estudantes do ensino superior. Em fevereiro, os caminheiros chegam cheios de vontade para voltarem ao trabalho. No entanto, importa relembrar que o clã e a equipa de animação deve perceber o que melhor se ajusta ao seu caso em particular.

Enfim, o caminho não será sempre a direito terá altos e baixos, mas estes momentos também terão a capacidade de fortalecer o Clã. A própria equipa de animação terá um papel importante nestes momentos pois deverá motivar todos a seguir caminho e que os sonhos se tornem realidade.

 

Ultima atualização 30.11.2016 Visualizações 13638
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