As atividades desenvolvidas e participadas pelas crianças e jovens, às quais diretamente se associam algumas das componentes mais marcantes do Escutismo – ação, aventura, desafio, criatividade, contacto com a natureza, etc. – constituem a parte mais visível do Programa Educativo. É através das atividades que se constrói, em boa parte, a perceção da sociedade sobre o que é o Escutismo e são as atividades o que mais – e de facto – atrai as crianças e os jovens ao Escutismo.
Num Programa Educativo baseado em objetivos educativos, onde cada criança e jovem é desafiado a alcançar níveis pré-definidos, todas as ações levadas a cabo, seja no âmbito do Escutismo ou fora dele, são meios para alcançar esses mesmos objetivos educativos. O Escutismo propõe e realiza atividades como forma de criar e proporcionar oportunidades educativas que, em última análise, contribuam para que as crianças ou jovens alcancem os objetivos educativos estabelecidos, ou seja, para o respetivo desenvolvimento integral.
Assim, constituem oportunidades educativas, todas as oportunidades para que cada criança ou jovem possa desenvolver-se nas seis áreas de desenvolvimento pessoal, e que contribuem para ir alcançando os objetivos educativos adotados, sejam atividades, sejam propostas de desenvolvimento de competência específicas, seja a assumpção de cargos, funções e responsabilidades ao nível do bando, patrulha, equipa ou tribo. No entanto, a realização ou participação em atividades não leva automaticamente ao cumprimento de qualquer objetivo, contribui sim para proporcionar conhecimentos, desenvolver competências ou despertar atitudes que, de forma gradual e cumulativa, permitem alcançar um ou mais objetivos educativos.
A realização de atividades relaciona-se, por outro lado, com uma componente importante do método escutista – o aprender fazendo – enquanto método ativo que valoriza a experiência individual para a aquisição de conhecimentos, competências e atitudes. No Escutismo, as crianças e os jovens aprendem fazendo. A aprendizagem pela ação permite uma aprendizagem por descobertas, fazendo com que os conhecimentos, competências e atitudes e se interiorizem de forma natural – experiência.
Atividades e experiência são, assim, dois conceitos intimamente interligados, embora claramente distintos. Sendo as atividades o meio privilegiado para alcançar a aprendizagem, as crianças e os jovens aprendem através das experiências que vivem nas atividades.
Neste sentido, as experiências são pessoais e expressam uma relação pessoal entre cada criança ou jovem e a realidade. Uma única atividade pode gerar diferentes experiências nas crianças e jovens que nela participam, dependendo de uma variedade de circunstâncias, designadamente a individualidade de cada um enquanto pessoa. Sendo a atividade e as oportunidades educativas nela intrínsecas comuns ao grupo, a garantia de aprendizagens individuais concretiza-se pelo estímulo a cada criança ou jovem a refletir sobre o vivenciado, a relacionar com o seu quotidiano e a interiorizar as experiências pessoais vividas, de modo que estas possam de futuro influenciar novos comportamentos. Reforça-se assim a importância do processo de avaliação e da perceção individual de crescimento, adaptado claro a cada escalão etário.