© Nuno Perestrelo

Mistica e Simbologia

“Todos os projetos devem responder às aspirações daqueles que os vão viver; devem partir dos seus desejos e sonhos. Os sonhos materializam-se num imaginário com personagens e símbolos. O imaginário existe em todas as idades, apenas se torna menos explícito com o crescimento e vai-se transformando em situações reais.” In A Caminho do Triunfo – B. P.

Baden-Powell, ao criar o escutismo, baseou-o no jogo. Neste jogo estão inseridas as histórias, os ambientes, os heróis e os símbolos. A tudo isto acrescentou um objetivo claro de educar os jovens. Criou, assim, o Imaginário. Este entende-se por:

“Ambiente que envolve um determinado grupo e que se traduz por um espírito e uma linguagem próprios. Envolve uma história com heróis e símbolos. Induz a um sentimento de pertença em relação ao grupo e permite a transmissão de determinados valores, na medida em que fomenta a identificação com os heróis e a atribuição de importância e significado aos símbolos da história.” In Manual do Dirigente

Na 4.ª secção o imaginário não é específico, uma vez que aos Caminheiros/Companheiros é mais útil a observação do mundo real, de modo a que um conhecimento consciente de si mesmos e da realidade que os rodeia lhes permitam envolver-se de forma ativa na sociedade, participando como cidadãos conscientes e responsáveis.

Da mesma forma, a simbologia da 4.ª secção pretende dar ao Caminheiro algumas ferramentas para olhar o mundo e ser capaz de se encaixar nele, seguindo os seus ideais e formulando as suas opiniões. Quando olhamos a simbologia no seu todo, percebemos que todos os elementos se complementam e permitem ao jovem desenvolver as várias dimensões do seu ser como forma de afirmação e definição de si mesmo

Símbolos da 4.ª secção


Vara Bifurcada
Símbolo da necessidade de fazer ou renovar as suas opções, sinal de que o Caminheiro se compromete a aderir ao projecto das Bem-aventuranças.


Mochila
Onde transporta apenas o essencial para a jornada.
Simboliza o seu desprendimento e a sua determinação de ir sempre mais além.


Tenda
Sinal da mobilidade e da sua rapidez de se pôr em marcha.
Na Bíblia a tenda é um sinal da presença de Deus no meio do seu povo.


Pão
Transportado na mochila, alimenta o corpo, dado em partilha e comunhão.


Evangelho
O pão do Espírito, anúncio da Boa Nova de Cristo.


Fogo
Sinal da descida do Espírito Santo.
É o fogo que ilumina e aquece o peregrino durante a sua caminhada.


Leme
Símbolo das decisões que terá de tomar, das rotas que entender seguir
Possibilidade de escolher e corrigir o seu próprio rumo

Barca
Convida o jovem a arriscar, a decidir se quer empreender ou não nesta viagem

Vento/Vela
Sopro do Espirito Santo
Dá-nos a impulsão de ir mais além, de procurar novos horizontes, de entender a imensidão como única fronteira
Recordará ao Companheiro todos aqueles factores que não dependem exclusivamente dele e que o obrigarão a manter-se atento e humilde

Rede
Aos primeiros Apóstolos Cristo chamou "pescadores de homens"
O assumir total dos valores do Homem Novo só se completa quando os conseguimos fazer passar a outros

Pão
Companheiro significa "com+pão+ir"
Transportado na mochila, alimenta o corpo, dado em partilha e comunhão

Evangelho
O pão do Espírito, anúncio da Boa Nova de Cristo

 

Cerimoniais Escutistas

“Por Religião não quer dizer a reverência domingueira prestada à Divindade, mas a compreensão mais elevada de Deus sempre connosco e à sua volta…
Baden-Powell.” In Celebrações do CNE

Há momentos na vida dos caminheiros/companheiros que devem ser marcados de uma forma especial. As cerimónias escutistas fazem parte das boas práticas que devem ser vividas em plenitude pelos caminheiros. Estas devem estar envolvidas em ambiente escutista, sendo o momento ideal para relembrar Leis, ensinamentos do fundador, exemplos dos patronos e também um momento de reflexão interior. Os cânticos e os símbolos devem ajudar ao ambiente místico para que a mensagem seja bem apreendida. Algumas das cerimónias para os Caminheiros:

Vigílias – A palavra vigília significa estar de vela ou velada. Também significa a véspera de uma festa. Velar é estar vigilante ou prevenido, lutar contra a preguiça a fim de viver a “noite”, sem ser da “noite”.

Passagens de Secção – É a celebração do fazer caminho, de Pioneiro para Caminheiro. Significa mudança de situação, motivada pelo progresso e pela idade. É o reconhecimento desse crescimento. Não é o fim em si, mas é sempre o termo de uma etapa e o início de percurso para outra etapa de crescimento mais exigente.

Promessa – É a peça fundamental do Escutismo. Educamos para a liberdade na responsabilidade e no compromisso. Por isso, a promessa dá sentido ao escutismo. A promessa é:

  • Um ponto de partida, não uma meta. É um instrumento pedagógico para alcançar um novo modo de ser, para percorrer o caminho que leve os nossos passos de construtores de um Homem Novo.
  • Um acto pessoal e comunitário. É uma aposta pessoal que implica riscos e um acto de fé e de esperança. A comunidade, a Tribo, o Clã ajudam a prepará-la, confrontá-la, realizá-la e revê-la.
  • É algo Concreto, útil e avaliável.

Investidura de guias e funções – É o ato de dar posse ou a cerimónia em que alguém, a quem é reconhecida capacidade, é investido no exercício responsável de um cargo ou dignidade. É a aquisição de um estatuto novo, como se de um novo “vestido” se tratasse.

 

Ultima atualização 24.11.2016 Visualizações 64683
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